Narrativa, memória e políticas de esquecimento:

Um diálogo entre Paul Ricœur, Hannah Arendt e Beatriz Sarlo

Autores

  • Elivanda Oliveira Silva
  • Fábio Abreu dos Passos

DOI:

https://doi.org/10.23845/kalagatos.v16i2.6589

Palavras-chave:

narrativas memoriais, políticas de esquecimento, perdão, anistia

Resumo

Os seres humanos não são capazes de guardar na memória todos os acontecimentos experienciados. Diante disso, faz-se necessário negociar o que iremos reter na memória e o que iremos deixar de fora, cujo destino é o limbo. Em sociedades modernas, massificadas e apáticas em relação aos assuntos públicos, retira-se das mãos dos atores o direito de escolha sobre o que será rememorado ou esquecido, passando a ser gestado por grupos com interesses particulares, que impõem o silêncio sobre alguns eventos. Assim, emudecem as narrativas memoriais sobre crimes hediondos, tais como torturas e assassinatos, substituindo-as pela força coercitiva da anistia, o pseudônimo da amnésia coletiva. Nesse papel, a anistia desaparece com o que deveria ser punido, levando a uma indistinção entre perdão e esquecimento. Para que esse mal não paire sobre sociedades do Cone Sul que foram assoladas por regimes ditatoriais em meados do século XX, faz-se necessário recordá-los, através de narrativas, para que eles não voltem a ocorrer e para que os laços sociais, perdidos durante anos de regimes autoritários, sejam restaurados. O objetivo do presente artigo é analisar o embate entre as políticas de esquecimento e as narrativas memoriais a partir do entrelaçamento das reflexões de Paul Ricœur, Hannah Arendt e Beatriz Sarlo.

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Publicado

2021-08-11

Como Citar

OLIVEIRA SILVA, E.; DOS PASSOS , F. A. . Narrativa, memória e políticas de esquecimento:: Um diálogo entre Paul Ricœur, Hannah Arendt e Beatriz Sarlo. Kalagatos , [S. l.], v. 16, n. 2, p. 56–71, 2021. DOI: 10.23845/kalagatos.v16i2.6589. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/kalagatos/article/view/6589. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos