O movimento arendtiano de retorno aos antigos:

Uma nostalgia?

Autores

  • Carlos Fernando Silva Brito

DOI:

https://doi.org/10.23845/kalagatos.v16i2.6588

Palavras-chave:

Antiguidade, Contemporâneo, Narrador, Política

Resumo

O presente texto visa refletir sobre a natureza do movimento teórico que a filósofa alemã e judia Hannah Arendt realiza de retorno a experiências da antiguidade grega e romana para pensar o tempo presente. Partindo da apresentação das criticas que são feitas à pensadora por alguns de seus interpretes, este texto buscará apresentar um modo alternativo de compreender o movimento de pensar que a filósofa realiza. Para tanto será realizada uma apropriação da noção de pensar contemporâneo do italiano Georgio Agamben e de narrador e colecionador de pérolas do alemão Walter Benjamin. Esse movimento com os autores possibilitará compreender o retorno de Hannah Arendt aos antigos não como um anacronismo ou nostalgia, mas como um elemento típico do pensador que se faz contemporâneo ao seu próprio tempo, e que no caso de Arendt resultará numa busca por perolas perdidas que reordenadas podem oferecer uma possibilidade de narrar a política do seu presente.

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Publicado

2021-08-11

Como Citar

SILVA BRITO , C. F. . O movimento arendtiano de retorno aos antigos:: Uma nostalgia?. Kalagatos , [S. l.], v. 16, n. 2, p. 41–55, 2021. DOI: 10.23845/kalagatos.v16i2.6588. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/kalagatos/article/view/6588. Acesso em: 22 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos