O movimento arendtiano de retorno aos antigos:

Uma nostalgia?

Autores

  • Carlos Fernando Silva Brito

DOI:

https://doi.org/10.23845/kalagatos.v16i2.6588

Palavras-chave:

Antiguidade, Contemporâneo, Narrador, Política

Resumo

O presente texto visa refletir sobre a natureza do movimento teórico que a filósofa alemã e judia Hannah Arendt realiza de retorno a experiências da antiguidade grega e romana para pensar o tempo presente. Partindo da apresentação das criticas que são feitas à pensadora por alguns de seus interpretes, este texto buscará apresentar um modo alternativo de compreender o movimento de pensar que a filósofa realiza. Para tanto será realizada uma apropriação da noção de pensar contemporâneo do italiano Georgio Agamben e de narrador e colecionador de pérolas do alemão Walter Benjamin. Esse movimento com os autores possibilitará compreender o retorno de Hannah Arendt aos antigos não como um anacronismo ou nostalgia, mas como um elemento típico do pensador que se faz contemporâneo ao seu próprio tempo, e que no caso de Arendt resultará numa busca por perolas perdidas que reordenadas podem oferecer uma possibilidade de narrar a política do seu presente.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

AGAMBEN, Giorgio. O que é o contemporâneo? e outros ensaios. Trad. Vinícius Niscastio Honesto. Chapecó: Argos, 2009.

ARENDT, Hannah A vida do espírito: o Pensar, o Querer e o Julgar. Trad. Antônio Abranches e Helena Martins. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2002.

ARENDT, Hannah Homens em tempos sombrios. Trad. Denise Bottman. São Paulo: Companhia das Letras, 2008a.

ARENDT, Hannah. A condição humana.Trad. Roberto Raposo. 13. ed. rev. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2016a.

BENJAMIN, Walter. “Sobre o conceito de história”. Trad. Gagnebin e Müller.In: LOWY, Michael. Walter Benjamin: aviso de incêndio: uma leitura dasteses "Sobre oconceito de história". São Paulo: Boitempo, 2005.

BENJAMIN, Walter. Obras escolhidas - Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. Vol. 1. Prefácio de Jeanne Marie Gagnebin. São Paulo: Brasiliense, 1987, p. 114-119.

CARDOSO JUNIOR, Nerione N. Hannah Arendt e o declínio da esfera pública. 3. ed. Brasília: Senado Federal, Coordenação de Edições Técnicas, 2014.

DUARTE, André. Hannah Arendt entre Heidegger e Benjamin: a crítica da tradição e a recuperação da origem da política. In: BIGNOTTO, Newton; MORAES, Eduardo Jardim (Orgs.). Hannah Arendt: diálogos, reflexões e memórias. Belo Horizonte: UFMG, 2001, p. 63-89.

DUARTE, André. O pensamento à sobra da ruptura: política e filosofia em Hannah Arendt. São Paulo: Paz e Terra, 2000.

EUBEN, Peter. Arendt’s Hellenism. In: VILLA, Dana (Org.) The Cambridge Companion to Hannah Arendt. Cambridge University Press, 2001. p. 151-164.

FRANCISCO, Maria de Fátima Simões. A pólis Homérica como modelo da polis grega arendtiana. In: MULLER, Maria Cristina. Anais [do] VII Encontro Hannah Arendt & IV Ciclo Hannah Arendt. Londrina: UEL, 2013, p. 188-200.

GEORGE, Kateb. Hannah Arendt: Politics, Conscience, Evil. Totowa: Ed. Rowman and Allanheld, 1984.

KLUSMEYER, Douglas B. Hannah Arendt sobre autoridade e tradição. In: HAYDEN, Patrick. Hannah Arendt: conceitos fundamentais. Trad. José Maria Gomes de Souza. Petrópoles: Vozes, 2020, p. 184-202.

LAFER, Celso. Hannah Arendt: pensamento, persuasão e poder. 3. ed. rev. ampl. Rio de Janeiro/São Paulo: Paz e Terra, 2018.

O’SULLIVAN, Noel. Hannah Arendt: A nostalgia helênica e a Sociedade Industrial. In: CRESPIGNY, Anthony de. Filosofia política contemporânea. Trad. Yvonne Jean. Brasília: Editora UnB, 1979. p. 269-294.

RICOEUR, Paul. Pouvoir et violence. In: ABENSOUR, Miguel [et. al]. Ontologie et politique: actes du coloque Hannah Arendt. Angers: Éditions Tierce, 1989, p. 141-162.

TAMINIAUX, Jacques. “Performativité et Grécomanie?”. Revue Internationale de Philosophie, Paris, vol. 53, nº 208, p. 191-207, février 1999, p. 191-205. Disponível em: https://www.jstor.org/stable/23955551?read-now=1&seq=1#page_scan_tab_contents. Acesso em: 18 de janeiro de 2019.

TAMINIAUX, Jacques. Athens and Rome. In: VILLA, Dana (Org.) The Cambridge Companion to Hannah Arendt. Cambridge University Press, 2001. p. 165-177.

TAVARES, Ana Lucia de Lyra. Elementos romanos na noção de espaço público em Hannah Arendt. Direito Estado e Sociedade, Rio de Janeiro, v. 11, 1997, p. 89-101.

YOUNG-BRUEHL, Elizabeth. Por amor ao mundo: vida e a obra de Hannah Arendt. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 1997.

Downloads

Publicado

2021-08-11

Como Citar

SILVA BRITO , C. F. . O movimento arendtiano de retorno aos antigos:: Uma nostalgia?. Kalagatos , [S. l.], v. 16, n. 2, p. 41–55, 2021. DOI: 10.23845/kalagatos.v16i2.6588. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/kalagatos/article/view/6588. Acesso em: 1 maio. 2024.

Edição

Seção

Artigos