Sobre a palavra criadora de Deus e o caráter incontável dos nomes próprios
DOI:
https://doi.org/10.23845/kalagatos.v7i14.5982Palavras-chave:
Linguagem, Deus, Santo Agostinho, Scholem, ContávelResumo
Como a linguagem humana pode recuperar a linguagem de Deus? Para sustentar o universo, o Criador usa uma quantidade infinita de nomes próprios. De acordo com a tradição bíblica, como exemplificada por Santo Agostinho e Gershom Scholem, o universo foi criado por um ato de fala. Tal ato profere, no mínimo, um número incontável de nomes próprios – os nomes que designam os pontos de espaço. Entretanto, a linguagem humana, estritamente finita, pode ser similar à linguagem divina, uma vez que possui a dimensão simbólica – o uso do nome não como uma referência unívoca, mas como um termo equívoco.