Do dever-ser à conciliação entre liberdade e necessidade em Agostinho e padre Antonio Vieira:
A significação prática do uso da razão
DOI:
https://doi.org/10.23845/kalagatos.v5i10.5910Palavras-chave:
Dever-ser, Inteligência, Liberdade, Necessidade, VontadeResumo
Nesse artigo, queremos demonstrar que Agostinho pode ser considerado o fundador de uma tradição que institui a ideia de que o conhecimento de si enquanto espírito é
condição de possibilidade de o indivíduo transformar-se em princípio de ação e de realizar atos livres. Com esse intuito, queremos comprovar, mais precisamente, que a doutrina de Agostinho do dever ultrapassa os limites de sua condicionalidade histórica e constitui o eixo central em torno do qual se erige a filosofia brasileira. Decerto, esta é a razão pela qual o relacionaremos, em função do problema, com a perspectiva de Padre Antonio Vieira, o qual, conquanto não seja propriamente um filósofo, definiu as bases que nos propiciam a possibilidade de se verificar uma identidade filosófica no Brasil. Vieira chama a atenção para a exigência de superação do modo do ser natural em vista do modo do ser moral, afirmando a necessidade de o indivíduo identificar-se em função do dever, o que o eleva à condição de fonte de referência quanto à concepção do dever-ser na filosofia brasileira.