Para além da deficiência como uma identidade: a afirmação da diferença a partir dos modos singulares do ser
DOI:
https://doi.org/10.52521/kg.v21i3.13902Palavras-chave:
deficiência, identidade, diferença, padrão, anormalidadeResumo
O presente artigo se propõe a desfazer as formas de hierarquização dos diversos modos de existir no mundo, restituindo a dignidade ontológica de seres que se afastam de um padrão majoritário que se afirmou como modelo de normalidade. A partir daí, caberia desfazer os critérios que constituem a deficiência como um impedimento que pode obstruir a participação na sociedade, uma vez que o que realmente obstrui é tomar os diferentes modos de vida como um padrão desejável. Dessa forma, pretendemos discutir as reivindicações identitárias e o perigo de que elas se formem a partir do ponto de vista da normalidade. Com a problematização do conceito de diferença, veremos como é possível desmontar os esquemas reprodutores que consolidaram os matizes da anormalidade com base em critérios que definem o normal e eficiente. Objetivamos, dessa maneira, desvelar novas formas de experimentar a realidade, sentir o corpo, afirmar a diferença e resistir às formas de sujeição, na fruição antiprodutiva do desejo que desarranja o plano de organização das sociedades e suas formas de reprodução: o normal e o padrão.
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