Liberdade e necessidade em Benedictus de Spinoza

Autores

  • José Soares das Chagas Universidade Estadual do Ceará - UECE

Palavras-chave:

Liberdade. Necessidade. Entendimento. Vontade.

Resumo

O fundamento tradicional da liberdade divina assenta-se na pressuposição de que Deus, à semelhança do homem, possui essencialmente Entendimento e Vontade. Spinoza procurará minar tal alicerce despersonalizando o conceito de Ser absoluto, desligando a noção de liberdade dos seus antigos fundamentos e associando-a à suprema necessidade. Todo esforço consistirá em buscar desvencilhar a essência da produção divina da vontade absoluta e mostrar que tanto esta, como o entendimento não são mais do que sequência de sua essência. Deste modo cai por terra qualquer tipo de analogia entre o processo de ação humana e a autoprodução de Deus. Neste sentido, abordamos como a liberdade se associa em Spinoza à necessidade e não mais à vontade de um Deus feito à “imagem e semelhança” do homem.

Biografia do Autor

José Soares das Chagas, Universidade Estadual do Ceará - UECE

Mestrando em Ética Fundamental e Filosofia Social e Política, pelo Curso de mestrado acadêmico em filosofia (Cmaf) da Universidade Estadual do Ceará (UECE); integra o GT- Benedictus de Spinoza orientado pelo Dr Emanuel A. da Rocha Fragoso.

Referências

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Arquivos adicionais

Publicado

20-10-2023

Como Citar

Soares das Chagas, J. (2023). Liberdade e necessidade em Benedictus de Spinoza. Revista Conatus - Filosofia De Spinoza (ISSN 1981-7509), 6(12 - Dezembro), 45–51. Recuperado de https://revistas.uece.br/index.php/conatus/article/view/11800