ORIGEM E DESTINAÇÃO DA FAUNA SILVESTRE: LEVANTAMENTO DE DADOS NO ESTADO DE SERGIPE

Autores

Palavras-chave:

Animais selvagens, Apreensão, Tráfico de animais, Nordeste, Resgate

Resumo

A biodiversidade da Região Nordeste Brasileira encontra-se ameaçada pela ação humana devido a atividades como o desmatamento e a retirada de espécies silvestres do seu ambiente de origem. Assim, objetiva-se, com esta pesquisa, realizar um levantamento descritivo acerca das ações de recebimento e destinação dos animais silvestres realizadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) no estado de Sergipe. Para isso, foram utilizados os dados provenientes dos registros de captura realizados pelo IBAMA/SE entre os anos de 2016 e 2020. Os animais que compunham esse banco de dados foram classificados conforme sua classe taxonômica, sendo: aves, répteis ou mamíferos. A origem dos animais que chegaram ao IBAMA foi subdividida da seguinte forma: oriundos de apreensão, de resgate ou de entrega voluntária. Já a destinação desses animais foi classificada como: óbito, soltura, cativeiro ou outros (quando não se enquadravam nas classes anteriores). Foi elaborado um banco de dados utilizando o software Excel®, e os dados foram analisados de maneira descritiva. Dos 5.247 indivíduos apreendidos ao longo do período estudado, a maior parte pertencia à classe das aves (81,9%), seguida pela dos répteis (16,4%) e dos mamíferos (1,7%). A apreensão foi a origem mais comum dos animais recebidos pelo IBAMA/SE em todos os anos avaliados; em segundo e terceiro lugar estão a entrega voluntária e o resgate, respectivamente. Para todas as classes taxonômicas, a principal destinação dos animais foi a soltura, enquanto o envio para cativeiros foi a alternativa menos frequente em todos os anos.

Referências

ALVARENGA, L.J. Tráfico de animais silvestres: historiografia e lógicas de continuidade. 1. ed., Minas Gerais: MPMG Jurídico, 2016.

BRASIL. Lei no 9.605/1998. Dispõe sobre as sansões penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. Lei dos Crimes Ambientais, Brasília: Diário Oficial da União, 17, fev., 1998.

CIOATO, M.P. O tráfico de animais silvestres sob a ótica da criminologia verde. Revista Latino-Americana de Direitos da Natureza e dos Animais, v.3, n.2, p.129-142, 2021.

CONCEIÇÃO, A.M.; BARROS, S.L.B.; ALBUQUERQUE, I.M.B. Presença de corpos estranhos no aparelho digestório de jabutis piranga (Chalonoidis carbonaria): relato de caso.

Acta Veterinária Brasílica, v.5, n.2, p.197-202, 2011.

COSTA, F.J.V.; RIBEIRO, R.E.; DE SOUZA, C.A.; NAVARRO, R.D. Espécies de aves traficadas no brasil: uma meta-análise com ênfase nas espécies ameaçadas. Fronteiras: Journal of Social, Technological and Environmental Science, v.7, n.2, p.324-346, 2018.

DIAS, D.M.; RIBEIRO, A.S.; BOCCHIGLIERI, A.; PEREIRA, T.C. Diversidade de carnívoros (Mammalia: Carnivora) da Serra dos Macacos, Tobias Barreto, Sergipe, Brasil. Bioscience Journal, v.30, n.4, p.1192-1204, 2014.

DIAS, D.M.; MATOS, A.P.D.M. Avifauna recolhida pelo Pelotão de Polícia Ambiental de Sergipe, Brasil. Atualidades Ornitológicas, v.184, p.6-9, 2015.

FERRAZ, R.C.; MELLO, A.P.; FERREIRA, R.A.; PRATA, A.P.N. Levantamento fitos sociológico em área de caatinga no monumento natural Grota do Angico, Sergipe, Brasil. Revista Caatinga, v.26, n.3, p.89-98, 2013.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Comissão nacional de classificação (CONCLA), 2020. Disponível em: https://cnae.ibge.gov.br/en/component/ content/article/94-7a12/7a12-vamos-conhecer-o-brasil/nosso-territorio/14882-fauna.html. Acesso em: 11 dez. 2020.

IBAMA. Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. Relatório Anual das Atividades da Ouvidoria 2020, 2021. Disponível em: https://www.gov.br/ ibama/ptbr/canais_atendimento/arquivos/20211116_Relatorio_Anual_de_Atividades_da_Ouvidoria_2020_versao_4.pdf. Acesso em: 25 jun. 2022.

FRANCISCO, L.R.; MOREIRA, N. Manejo, reprodução e conservação de Psitacídeos brasileiros. Revista Brasileira de Reprodução Animal, v.36, n.4, p.215-219, 2012.

LEMOS, R.M.; UEZU, A.; ZAKIA, M.J.B.; PÁDUA, C.B.V. A eficácia da aplicação da lei de crimes ambientais para a proteção do meio ambiente no litoral sul da Bahia. Revista Eletrônica do Curso de Direito da UFSM, v.8, n.2, p.333-357, 2013.

MENDONÇA, R.; AMARAL, A.A.N.; VOLTOLINI, J.C. Recepção, triagem e soltura de psitacídeos no Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS) IBAMA Lorena, SP. Revista Biociências, v.26, n.1, p.70-79, 2020.

MMA. Ministério do Meio Ambiente. Instrução Normativa n° 23, de 31 de dezembro de 2014. Regulamenta a necessidade de padronizar os procedimentos relativos ao funcionamento dos Centros de Triagem de Animais Silvestres- CETAS do IBAMA. Brasília: Diário Oficial da União, 02 de janeiro de 2015.

MMA. Ministério do Meio Ambiente. Combater o tráfico de aves silvestres é tema de oficina. Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), 2019. Disponível em: https://www.icmbio.gov.br/portal/ultimas-noticias/20-geral/10494- combater-o-trafico-de-aves-silvestres-e-tema-deoficina#:~:text=No%20Brasil%2C%20a%20 esp%C3% A9cie%20maistraficada%20para20 o%20com%C3%A9rcio%20ilegal. Acesso em: 09 fev. 2021.

MMA. Ministério do Meio Ambiente. CPB alerta para a preservação do Macaco Guigó, 2021. Disponível em: https://www.icmbio.gov.br/portal/index.php?option=com_content& view=article&id=4185& Itemid=999. Acesso em: 08 jan. 2021.

MOURA, S.G.; PESSOA, F.B.; DE OLIVEIRA, F.F.; LUSTOSA, A.H.M.; SOARES, C.B.

Animais silvestres recebidos pelo centro de triagem do IBAMA no Piauí no ano de 2011. Enciclopédia Biosfera, v.8, n.15, p.1748, 2012.

NASSARO, A.L.F. Policiamento ambiental: políticas públicas de meio ambiente e tráfico de animais silvestres (Oeste do Estado de São Paulo, 1998 a 2012), 2013. 218p. (Dissertação de Mestrado em História e Sociedade). Universidade Estadual Paulista, Assis/SP, 2013.

PAGANO, I.S.A; DE SOUZA, A.E.B.A.; WAGNER, P.G.C.; RAMOS, R.T.C. Aves depositadas no Centro de Triagem de Animais Silvestres do IBAMA na Paraíba: uma amostra do tráfico de aves silvestres no estado. Ornithologia, v.3, n.2, p.133-144, 2009.

RENCTAS. Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres. Relatório Nacional sobre o Tráfico de Faunas Silvestres. 2001. Disponível em: http://www.renctas.org.br/ wpcontent/uploads/2014/02/REL_RENCTAS_pt_final.pdf. Acesso em: 03 nov. 2020.

SANTOS, V.M. Diagnóstico da fauna silvestre recebida no centro de triagem de animais silvestres de Alagoas - CETAS/IBAMA/AL, 2009. Anais do IX Congresso de Ecologia do Brasil, São Lourenço/MG, 2009.

SANTOS, R.S.; NETO, A.L.R.; CAMPOS, I.M.; LIRA, D.R.; SANTOS, C.A. Mapeamento Geomorfológico do Alto Sertão Sergipano, através de aplicações geotecnológicas. In: XI SINAGEO - Simpósio Nacional de Geomorfologia, 2016, Maringá/PR. Anais do 11º SINAGEO, 2016.

SANTOS, R.C. Educação Ambiental e atividades lúdicas para a identificação da importância das distintas formas de vida (fauna e flora). Revista Brasileira de Educação Ambiental (Revbea), v.14, n.3, p.155-168, 2019.

SANTOS, T.K.S.; GOMES, L.J. Avaliação das ações impactantes nas reservas particulares do patrimônio natural do estado de Sergipe. 2020. In: XI Congresso Brasileiro de Gestão Ambiental, Vitória/ES, 2020.

SERGIPE. Governo do Estado. Adema já devolveu mais de 560 animais silvestres à natureza neste ano. 2019, Disponível em: https://www.se.gov.br/noticias/Desenvolvimento /este_ano_adema_ja_devolveu_mais_de_560_animais_silvestres_a_natureza_. Acesso em: 12 nov. 2020.

WANJTAL, A.; SILVEIRA, L.F.A soltura de aves contribui para a sua conservação? Atualidades Ornitológicas, v.98, n.7, p.5-9, 2000.

Downloads

Publicado

2023-04-11

Como Citar

RODRIGUES, P. G.; LIMA, M. M. de; SILVEIRA, D. M.; GALINA, A. B.; FRAGA, D. H. A. G.; OLIVEIRA JUNIOR, G. . M.; SILVA, C. M. ORIGEM E DESTINAÇÃO DA FAUNA SILVESTRE: LEVANTAMENTO DE DADOS NO ESTADO DE SERGIPE. Ciência Animal, [S. l.], v. 33, n. 1, p. 48–60, 2023. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/cienciaanimal/article/view/10486. Acesso em: 11 maio. 2024.

Edição

Seção

Artigos Originais