Realismo e ontologia em Lukács

Autores

  • Antonino Infranca

Resumo

Sabe-se que, marcadamente, a verdadeira e própria virada no pensamento vivido de Lukács surgiu a partir de 1930, quando, em Moscou, o filósofo leu os Manuscritos Econômico-Filosóficos de 1844, de Marx, até então inéditos. Para um homem que fez da reflexão teórica a estrela polar da sua vida, a descoberta de um texto tão profundo, humano, crítico, representou de fato uma verdadeira e própria revelação, tanto que a definiu como a “revelação no caminho de Damasco” da sua vida. Não é aqui o lugar para explicar toda a amplitude de tal descoberta, mas posso sintetizá-la numa só frase: Lukács descobriu a concretude ontológica do pensamento de Marx. Por concretude pretendo dizer aquele retomar continuamente às coisas, aos homens, à realidade concreta – seja empírica ou existente –, que estão externos ao Eu; por ontológica entendo aquela realidade concreta, uma realidade social e histórica, produzida por um ser social e histórico, que é um ser humano o qual pertence ao gênero humano e se reconhece em tal pertencimento.

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Publicado

2022-11-22

Como Citar

Infranca, A. (2022). Realismo e ontologia em Lukács. [ARQUIVADA] Cadernos De Estudos E Pesquisas Do Sertão Da Feclesc/Uece, 2(1), 97–109. Recuperado de https://revistas.uece.br/index.php/cadernospesquisadosertao/article/view/9690