LUGARES SOLENES, PODERES EM CONFLITOS
AS DISPUTAS POR ESPAÇOS NA PROCISSÃO DA RESSURREIÇÃO NA CIDADE DE NATAL-RN (SEGUNDA METADE DO SETECENTOS)
Palavras-chave:
Festas, Conflitos, PoderResumo
Este artigo é baseado em um estudo inicial que pretende analisar as motivações que conduziram a esses conflitos e a importância conferida ao espaço de vivência que permeavam as festividades na capitania do Rio Grande, na segunda metade do século XVIII. Na América Portuguesa, as festividades realizadas no espaço urbano da colônia apresentavam-se como um importante instrumento de afirmação da extensão do Império português. Assim, além de as festas tornarem-se um espaço de representação do poder do Império, quem as organizava acabavam ocupando funções sociais e políticas. Buscava-se uma legitimação de autoridade por parte das elites locais da cidade, e com isso favoreciam o desenvolvimento de conflitos de poder. Com base na análise das cartas e provisões do Senado da Câmara do Rio Grande, e dos documentos avulsos da capitania do Rio Grande do Norte do Arquivo Histórico Ultramarino, foi possível constatar que na segunda metade do século XVIII ocorreram conflitos entre autoridades na cidade do Natal. Tratavam-se de disputas de espaço entre forças locais, como o embate entre o Provedor da Fazenda Real e os oficiais da câmara acerca do lugar atrás do pálio na procissão da Ressurreição, em 1758. Outro conflito a ser analisado ocorreu em 1798, quando o Provedor da Fazenda Real do Rio Grande do Norte, António Carneiro de Albuquerque Gondim, reclamou do Vigário Feliciano José Dornelas a retirada de sua cadeira da Igreja Matriz da cidade que sempre pertenceu aos Provedores.
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