A ética-mística de Plotino: breve exame sobre a presença do intelectualismo socrático

Autores

  • Robert Brenner Barreto da Silva Universidade Federal do Ceará - UFC

Palavras-chave:

Sócrates. Akrasia. Plotino. Intelectualismo. Ética.

Resumo

No Protágoras (352a - 353e) a concepção segundo a qual alguém age pelo mal ou pelo erro de maneira consciente (isto é, gnosiológica) é questionada, o que enseja a reflexão a respeito da akrasia, isto é, da incontinência ou da privação de autocontrole perante os impulsos dos desejos, prazeres e de inclinações externas em geral. A hipótese socrática da ignorância (amathía) como explicação, em vez de uma instruída deliberação pelo mal, faz aparecer uma concepção que se atribui a Sócrates, a saber, a de seu “intelectualismo”. Pretende-se discutir os limites dessa concepção intelectualista quando aplicada a discussão da akrasia. Assim como se propõe um breve exame sobre se Plotino teria assumido uma postura semelhante ao intelectualismo socrático em sua filosofia. Para tanto, faz-se necessária a leitura dos excertos pertinentes das Enéadas.

Biografia do Autor

Robert Brenner Barreto da Silva, Universidade Federal do Ceará - UFC

Doutorando em Filosofia pela Universidade Federal do Ceará. Bolsista da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP). E-mail: roberttxplus@gmail.com

Referências

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Trad. Mário da Gama Kury. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1985.

BERG, Robert. Plotinus’s Socratic Intellectualism. Proceedings of the Boston Area Colloquium in Ancient Philosophy, Vol. XXVIII eds. Gary M. Gurtler, SJ, and William Wians, Brill: Leiden/Boston 2013, pp.217-231.

BRANDÃO, Bernardo. Contra os dois mundos em Plotino: uma interpretação a partir do Platão de Marcelo Marques. CLASSICA (SAO PAULO), v. 31, p. 229-235, 2018.

BRANDÃO, Bernardo. A Experiência Mística Intelectual na Filosofia de Plotino. Hypnos (PUCSP), v. 21, p. 245-260, 2008.

BRISSON, Luc. Pode-se falar de união mística em Plotino? Trad. Loraine de Oliveira. Kriterion (Belo Horizonte), vol.48, n.116, 2007, pp. 453-466.

CATAPANO, Giovanni. Na origem da imperscrutabilidade do princípio: Plotino e Agostinho. Trad. Fabrício Klain. Trilhas Filosóficas, Caicó, ano 13, n. 1, 2020, pp. 237- 241.

FEITOSA, Zoraida. A questão da acrasia na filosofia de Platão. Prometeus, Ano 10, N° 23, maio-agosto/2017, pp.215-229.

GERSON, Lloyd. Plotinus on Weakness of Will: The Neoplatonic Synthesis. In: Weakness of Will From Plato to the Present. Ed. Tobias Hoffman. Washington: Catholic University of America Press, 2008.pp 42-57.

LIGHTBODY, Brian. Socratic Appetites as Plotinian Reflectors: A New Interpretation of Plotinus’s Socratic Intellectualism. Journal of Ancient Philosophy, vol. 14 issue 1, 2020. pp.91-115.

NEHAMAS, Alexander. Virtues of Authenticity: Essays on Plato and Socrates. New Jersey: Princeton University Press, 1999.

OLIVEIRA, Loraine. Notas sobre lógica e dialética em Plotino. (Enéada I, 3 [20] 4-5). Trans/Form/Ação, v. 30, p. 167-178, 2007.

PLATÃO. Protágoras. Trad.Carlos Alberto Nunes. Universidade Federal do Pará, 1980.

PLATÃO. Teeteto. Trad. Adriana Manuela e Marcelo Boeri. Fundação Calouste Gulbenkian. 3 ed. Lisboa, 2010.

PLATÃO. Timeu-Crítias. Tradução do grego, introdução e notas de Rodolfo Lopes. São Paulo: Annablume Clássica; Coimbra: IUC, CECH, 2012.

PLATÃO. Êutifron, Apologia de Sócrates, Críton. Tradução, Introdução e Notas de José Trindade Santos. Lisboa: Imprensa Nacional - Casa Moeda, 1983.

PLOTINO. Enéadas I, II e III; Porfírio, Vida de Plotino. Tradução e notas de Junior Baracat. (Doutorado em Letras). Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2006.

PLOTINO. Tratados das Enéadas. Trad. Américo Sommerman. São Paulo: Polar, 2007.

PLOTINO. Enéadas. Introducciones, Traducciones y Notas de J. Igal. Madrid: Gredos, 1992.

PLOTINO. Sobre as Hipóstases que têm a Faculdade de Conhecer e sobre o Transcendente. Trad. Silvania Gollnick. In: Ontologia e conhecimento no V.3(49) de Plotino. Dissertação (Mestrado em Filosofia) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2005. pp.115-127.

REMES, Pauliina. Plotinus's Ethics of Desinterested Interest. Journal of the History of Philosophy, Volume 44, Number 1, January 2006, pp. 1-23.

SCHÄFER, Christian. Matter in Plotinus's Normative Ontology. Phronesis, Vol. 49, No. 3 (2004), pp. 266-294.

SEGVIC, Heda. No one errs willingly: the meaning of Socratic intellectualism’, OSAP. 19 (2000), 1–45.

VIEIRA, Ivan. Filosofia, religião e misticismo na Antiguidade Tardia: Plotino, Porfírio e Jâmblico e as diferentes nuances do neoplatonismo. Revista Archai: Revista de Estudos sobre as Origens do Pensamento Ocidental, v. 5, p. 129-136, 2010.

WATTS, Niki. The Oxford New Greek Dictionary. New York: Berkley Books, 2008.

Downloads

Publicado

2024-05-05

Como Citar

Barreto da Silva, R. B. (2024). A ética-mística de Plotino: breve exame sobre a presença do intelectualismo socrático. Occursus - Revista De Filosofia, 5(2 - Jul./Dez.), 265–284. Recuperado de https://revistas.uece.br/index.php/Occursus/article/view/12966