A ética-mística de Plotino: breve exame sobre a presença do intelectualismo socrático

Autores/as

  • Robert Brenner Barreto da Silva Universidade Federal do Ceará - UFC

Palabras clave:

Sócrates. Akrasia. Plotino. Intelectualismo. Ética.

Resumen

No Protágoras (352a - 353e) a concepção segundo a qual alguém age pelo mal ou pelo erro de maneira consciente (isto é, gnosiológica) é questionada, o que enseja a reflexão a respeito da akrasia, isto é, da incontinência ou da privação de autocontrole perante os impulsos dos desejos, prazeres e de inclinações externas em geral. A hipótese socrática da ignorância (amathía) como explicação, em vez de uma instruída deliberação pelo mal, faz aparecer uma concepção que se atribui a Sócrates, a saber, a de seu “intelectualismo”. Pretende-se discutir os limites dessa concepção intelectualista quando aplicada a discussão da akrasia. Assim como se propõe um breve exame sobre se Plotino teria assumido uma postura semelhante ao intelectualismo socrático em sua filosofia. Para tanto, faz-se necessária a leitura dos excertos pertinentes das Enéadas.

Biografía del autor/a

Robert Brenner Barreto da Silva, Universidade Federal do Ceará - UFC

Doutorando em Filosofia pela Universidade Federal do Ceará. Bolsista da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP). E-mail: roberttxplus@gmail.com

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Publicado

2024-05-05

Cómo citar

Barreto da Silva, R. B. (2024). A ética-mística de Plotino: breve exame sobre a presença do intelectualismo socrático. Occursus - Revista De Filosofia, 5(2 - Jul./Dez.), 265–284. Recuperado a partir de https://revistas.uece.br/index.php/Occursus/article/view/12966