Vargas e Goulart:
o populismo em questão
DOI:
https://doi.org/10.32335/2238-0426.2020.10.24.1942Palavras-chave:
populismo econômico, Getúlio Vargas, João GoulartResumo
Este artigo tem por objeto a economia e as controvérsias sobre a política econômica do segundo governo Getúlio Vargas (1951-1954) e do governo João Goulart (1961-1964), bem como seus respectivos significados históricos. Apesar das diferenças conjunturais quando da posse de Goulart na Presidência da República, sabe-se que ela não diferia em grandes traços do contexto econômico em que Vargas reassumiu o governo, em 1951: inflação crescente e tendência de desaceleração das taxas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), às quais se somaram, ao longo do mandato, ao agravamento da situação das contas externas, com déficit no balanço de pagamentos e dificuldades para atração de capitais externos. Guardadas as diferenças, ambos os governos tiveram desfechos trágicos, com consequências políticas e sociais negativas. Partindo das diferentes interpretações acerca da política econômica ao longo desses períodos, refuta-se, assim, a hipótese de que tanto Vargas quanto Goulart se enquadrem no conceito de populismo econômico consagrado pela literatura.
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