Emoção e moralidade em tempos de ruptura

o estupro nas relações conjugais nos romances sentimentais e suas comunidades de leitura

Autores

  • Roberta Manuela Barros de Andrade
  • Ricardo Augusto de Sabóia Feitosa
  • Erotilde Honório Silva

Palavras-chave:

romance, moralidade, emoções, estupro conjugal, rupturas

Resumo

A leitura de romances sentimentais é uma prática cultural que gera, nos sites especializados no gênero, uma série de discussões sobre a qualidade estética dessas obras. Porém, as avaliações dos fãs dessa literatura recaem, inevitavelmente, sobre julgamentos morais acerca do caráter e das ações das personagens. O sistema moral que a(o)s leitora(e)s utilizam para pensar o amor, o casamento e o sexo, contudo, demonstra indícios de rupturas, que podem ser claramente expressas no que se refere ao estupro conjugal, tema recorrente nos livros de amor mais populares, vendidos em banca de revista, publicados no Brasil nos anos de 1980. Estas obras atravessam o tempo, sendo consumidas por gerações de mulheres distintas de seu público de origem. Neste contexto, indagamos: de que forma as percepções de leitores de romances de amor sobre a violência conjugal refletem mudanças importantes nos códigos morais que orientam a sexualidade heterofeminina? Como tais códigos morais se alinham numa comunidade em que a extravagância emotiva é sua razão de ser? Como os parâmetros morais que regem o estupro conjugal são negociados, contestados e reformulados cruzando tempos e espaços sociais distintos? Busca-se compreender como códigos morais sobre o estupro conjugal circulam no espaço público, em uma comunidade emocional particular – a de leitores de histórias de amor do site Adoro Romances. A análise foi realizada a partir da seleção de postagens relativas a cinco obras de popularidade cujo enredo desemboca no estupro conjugal.

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Publicado

2020-01-28

Como Citar

ANDRADE, R. M. B. de; FEITOSA, R. A. de S.; SILVA, E. H. Emoção e moralidade em tempos de ruptura: o estupro nas relações conjugais nos romances sentimentais e suas comunidades de leitura. O Público e o Privado, Fortaleza, v. 17, n. 34 jul.dez, 2020. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/opublicoeoprivado/article/view/2648. Acesso em: 18 abr. 2024.