Juventude e Segurança
a política da pacificação
Palavras-chave:
Juventude, Violência, Pacificação, Política, SegurançaResumo
Este artigo faz parte de uma pesquisa sobre as narrativas da juventude em relação a violência e a não-violência, tendo como foco o envolvimento de jovens em experiências de pacificação constituídas por projetos e programas de governo. Pretende revelar como vem se constituindo a trajetória destes jovens nas interações sociais com outros jovens envolvidos em ações violentas, e sua relação com o Estado, ao investir em políticas públicas de segurança para a juventude. Neste sentido, vem analisando e avaliando o Plano Piloto de Prevenção a Violência realizado em Fortaleza, vinculado ao Plano Nacional de Segurança Pública (2000). Tal projeto tem se revelado como política afirmativa para a juventude, através do investimento em cursos de empreendedorismo e ações artístico-culturais, buscando inserir o jovem cidadão nos trabalhos de pacificação. Entretanto, apresenta também limites e contradições, especialmente em relação a falta de autonomia e continuidade destes projetos. Tais contradições revelam que algumas políticas públicas tem se dado, em muitos casos, como resposta às demandas de movimentos populares, no sentido de garantir a governabilidade e o consenso social, e muito menos no sentido de garantir a participação efetiva e cidadã da população nos processos decisórios das políticas públicas.