O lugar da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (UNILAB) na política externa do governo Lula (2003-2010)
Palabras clave:
Unilab, Cooperação internacional, Política externa brasileiraResumen
A pesquisa aborda a política externa do governo Lula (2003-2010) para o continente africano, com ênfase na experiência da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), inaugurada em 2011, no Nordeste do Brasil. Esta iniciativa no âmbito da educação superior é parte da estratégia do Governo Lula de fortalecer os laços de cooperação com a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). Por meio do estudo de caso, foi possível perceber os avanços na integração entre os países parceiros, bem como o caráter hegemônico do Brasil nessas relações. No âmbito mais geral, a diplomacia brasileira apresenta duas facetas em relação à África: uma cooperativa, materializada em iniciativas como a Unilab e diversos programas de transferência de conhecimentos, e outra dominadora, revelada pelo interesse brasileiro em expandir sua influência em seu “entorno estratégico” e pela ação predatória de empresas brasileiras em países africanos. Diante de uma aparente contradição (cooperação e dominação), o trabalho conclui que as contradições reais da sociedade brasileira implicam na multiplicidade de ações diplomáticas. Além disso, há limites estruturais para a cooperação entre Estados nacionais, uma vez que estes são impelidos por lógicas que os levam à competição.