Reaprendizagens do masculino após o advento da Lei “Maria da Penha”
Palabras clave:
Violência, Masculinidades, Lei “Maria da Penha”Resumen
Este artigo busca refletir sobre a outra face da violência contra a mulher: o homem preso pela Lei “Maria da Penha”. Buscamos identificar um perfil social mais comum desses homens a partir de uma realidade local, Fortaleza-CE, e entender todo o percurso que ele passa, desde o momento em que é preso até a saída dos presídios que está condicionada à participação em projetos de “ressocialização”. Fizemos também análises no tocante à compreensão deles acerca das relações de gênero. A metodologia quantitativa consistiu na aplicação de 100 (cem) questionários aos homens que estavam presos em decorrência da Lei “Maria da Penha”. De cunho etnográfico, passamos por diversas instituições para compreender o percurso da punição e nos aproximarmos da realidade vivenciada por esses homens nas seguintes instituições: Delegacia de Defesa da Mulher, Juizado da Mulher, presídio masculino e Núcleo de Atendimento ao Homem Autor de Violência Contra a Mulher – NUAH. Além disso, aplicamos 12 (doze) entrevistas com roteiro semiestruturado aos egressos do sistema penitenciário. Percebemos que todo esse processo punitivo leva a reaprendizagens do masculino e que a problemática da violência contra a mulher pode ser mais eficazmente combatida a partir de trabalhos socioeducativos que envolvam esses homens.