“Mulheres cuidadoras” e suas vivências no serviço de transplante hepático em um Hospital Universitário – Ceará
Resumen
O cuidado historicamente constitui-se como papel assumido pela mulher no âmbito doméstico com repercussões na área da saúde. No contexto do transplante, o adoecimento crônico gera uma situação de crise na família vivenciada por todos os membros, impondo novos papéis a serem assumidos. Este artigo objetiva analisar o papel das mulheres cuidadoras e suas vivências no serviço de transplante hepático em um Hospital Universitário – Ceará. Consiste em uma pesquisa explicativa de abordagem qualitativa com utilização de entrevistas semiestruturadas e observação. A coleta de dados ocorreu nos meses de novembro e dezembro de 2017. Seis interlocutoras familiares foram selecionadas mediante critérios aprovados pelo Comitê de Ética em Pesquisa. Os resultados apontaram que para as participantes a compreensão de cuidar se confunde com as atividades que lhes são atribuídas socialmente e culturalmente. A falta de suporte familiar repercute em sobrecarga física e
emocional às cuidadoras. O suporte da equipe multiprofissional às cuidadoras também foi uma necessidade manifestada pelas interlocutoras deste estudo. Este estudo constatou que a mulher ainda é a principal referência de cuidado. Ratifica-se a importância de refletir criticamente a naturalização dos cuidados em saúde delegados às mulheres.