As polícias não têm rosto de mulher
invisibilidade e luta por reconhecimento
Palabras clave:
Mulheres, instituições policiais, condições de trabalho, relações de gênero, reconhecimentoResumen
Este artigo propõe uma reflexão sobre as condições das mulheres das polícias brasileiras, no contexto contemporâneo, a partir do diálogo entre duas pesquisas sobre o tema: a pesquisa ‘A condição das mulheres nas polícias brasileiras’, realizada pelo Grupo de Pesquisa Violência e Cidadania
da UFRGS e a pesquisa Políticas de Segurança Pública, trabalho policial e conflitualidades, vinculada ao projeto Casadinho entre UECE (Laboratório de
Direitos Humanos, Cidadania e Ética) e a UFRGS. Articulando os resultados de ambos os estudos, o primeiro de caráter qualitativo e segundo que buscou
traçar um perfil qualiquantitativo dos(as) policiais no Ceará e no Rio Grande do Sul, foi possível identificar que, mesmo após trinta anos do ingresso das
mulheres nas instituições policiais, persistem processos de invisibilização e falta de reconhecimento institucional dessas profissionais nas corporações
policiais. A análise contemporânea da presença das mulheres nas instituições policiais evidencia as tensões e contradições de um processo de inserção que não está consolidado, mas que necessita ser constantemente reforçado e (re) atualizado pelas mulheres por meio de condutas, práticas e estratégias que possam garantir apoio e reconhecimento social e institucional.