O cotidiano do policial penal
aprender a trabalhar e conviver na prisão
DOI:
https://doi.org/10.52521/21.10602Palabras clave:
Policial Penal, Performance Emocional, Vulnerabilidade, PoderResumen
Este artigo busca analisar aspectos da construção da atuação como policial penal, a partir de profissionais em diferentes momentos da trajetória: desde os que estavam no curso de formação anterior ao início efetivo como policial penal, até aqueles com mais de 20 anos na função. Os dados foram coletados entre os anos de 2014 e 2018 em Salvador-BA, por meio de entrevistas semiestruturadas, mediante termos de consentimento, e análise inspirada na Teoria Fundamentada, com considerações a partir do conceito de performance emocional proposto por Crawley (2004) e da sociologia das prisões. Os resultados apontam a convivência e a interação com os privados de liberdade como uma das principais atribuições desses profissionais, que possibilita o desenvolvimento um saber que é próprio desta categoria profissional: a habilidade de conviver e mediar situações de tensão e privação cotidianas na prisão e de reconhecer sinais de alterações no pátio. Ao mesmo tempo, destacam que as características dessas interações têm a ver com a experiência e o significado atribuído à ocupação, aos sentimentos de vulnerabilidade e poder que se apresentam na relação com as pessoas em privação de liberdade e com as estratégias desenvolvidas por cada um, a partir da sua subjetividade, para lidar com o contexto prisional.
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