Vidas negras entre artes, ciências e filosofias

Autores

DOI:

https://doi.org/10.52521/20.8074

Palavras-chave:

Colonialidade, Controle, Ontologia, Política, Raça

Resumo

Este artigo atravessa algumas fronteiras entre artes, ciências, filosofias e vidas negras para uma práxis ético-política da alteridade radical. O artigo conceitua e descreve certas políticas coloniais de acusação não como ataques voluntaristas de determinados sujeitos sobre os outros, e, sim, como ações estruturalmente arquitetadas no racismo e reproduzidas pelos sujeitos presos à imaginação colonial. Nos rastros dessa imaginação e atento às escritas anticoloniais/de(s)coloniais/pós-coloniais, o artigo analisa o cinismo de controle como estratégia coletiva de mascaramento dessas políticas em que o cinismo deixa de corresponder a uma mera questão de caráter particular, evidenciando-o como sistema afetivo, simbólico e material. O texto aposta em uma crítica e uma prática para além da ontologia e seus ideais humanistas como maneira de atravessar violências ontoepistemológicas sem sermos capturados/capturadas por elas.

Biografia do Autor

José Juliano Gadelha, Universidade Federal do Ceará

Pesquisador colaborador do Laboratório de Arte Contemporânea da Universidade Federal do Ceará (UFC), Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Artes do Instituto de Cultura e Arte (ICA) da Universidade Federal do Ceará (UFC), Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Bacharel em Ciências Sociais também pela Universidade Federal do Ceará.

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Publicado

2022-08-31

Como Citar

GADELHA, J. J. Vidas negras entre artes, ciências e filosofias. O Público e o Privado, Fortaleza, v. 20, n. 42 mai/ago, 2022. DOI: 10.52521/20.8074. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/opublicoeoprivado/article/view/8074. Acesso em: 16 abr. 2024.