Associativismo estudantil africano no Brasil: diáspora, raça, gênero e luta por reconhecimento

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DOI:

https://doi.org/10.52521/20.5456

Resumo

O artigo analisa a gênese, o desenvolvimento e a atuação de agremiações estudantis africanas em Fortaleza-CE. É fruto de observações etnográficas das reuniões associativas, de entrevistas, conversas informais e anotações no caderno de campo entre 2010 e 2017. No quadro teórico, movimenta-se a teoria de Privação relativa de Ted Gurr e a teoria Crítica a partir da noção de luta por reconhecimento de Axel Honneth. As associações estudantis são resultado dos processos de mobilidade estudantil internacional de África para o Brasil, criadas para a defesa e promoção de direitos de alunos africanos de universidades públicas e faculdades privadas na cidade. Com caráter nacional ou plurinacional, as coletividades constituíram brecha para africanos se organizarem em grupos de representação e pressão pois, a condição de estrangeiros os impedia participar politicamente na sociedade brasileira. Elas buscam descontruir imagens de África como lugar de guerras, secas, fomes e pobreza, apresentando visão essencialista, racial e biológica da identidade africana em oposição ao mundo branco, ocidental europeu e capitalista. Contudo, são vulneráveis à conjuntura política interna e externa brasileiras. Por outro lado, constituem espaço de disputas, conflitos pessoais e clivagens políticas, mas também de luta por hegemonia e poder de representar os africanos na cidade.

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Publicado

2022-04-29

Como Citar

LANGA, E. N. B. Associativismo estudantil africano no Brasil: diáspora, raça, gênero e luta por reconhecimento. O Público e o Privado, Fortaleza, v. 20, n. 41 jan/abr, 2022. DOI: 10.52521/20.5456. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/opublicoeoprivado/article/view/5456. Acesso em: 22 dez. 2024.