A criança e o adolescente como objeto de retórica do Governo Ciro Ferreira Gomes
Palavras-chave:
Criança, adolescente, discurso político, parceria, participação social, gestão compartilhadaResumo
O artigo ocupar-se-á em demonstrar, através de um diálogo com a
ação discursiva do governo cirista (Ciro Gomes), que, a despeito do incansável esforço
governamental, no sentido de credenciar a criança e o adolescente, na fala oficial,
enquanto “Prioridade Absoluta” e “Compromisso Político”, a posição ocupada por
esses, que, em nível legal, tornaram-se sujeitos de direitos, foi tão somente a de
objeto de retórica governamental. Busca ainda, nas passagens discursivas, o
entendimento e a elucidação que - no plano do dito, do omitido, do intencional, do
acidental, do não revelado - nos fazem desfabular a posição ideológica assumida
pelos interlocutores governistas. A palavra foi a matéria prima do governo cirista. Ele
soube, como poucos, fazer crer que o “verbo fez-se ação”. O estudo permitiu constatar
que esse governo postou-se a serviço do projeto de encurtamento deliberado e
planificado do Estado, quando propalou a participação popular, a parceria e a cogestão, pois essas constituíram-se, de fato, apenas em artifícios oratórios de
encobrimento da intencionada inação do Estado. O estudo ancorou-se na análise da
produção documental oficial (relatórios, projetos, programas, material publicitário),
bem como, de entrevistas, notícias e reportagens veiculadas nos jornais O Povo (CE),
Diário do Nordeste (CE), Tribuna do Ceará (CE), Correio Braziliense (DF), Folha de
São Paulo (SP), Jornal do Brasil (RJ).