Públicos de cinema, estratégias de diferenciação e Sociologia da Cultura
DOI:
https://doi.org/10.52521/opp.v22n47.12697Resumo
A proposta de investigação deste artigo situa-se dentro da área da Sociologia da Cultura e consiste em analisar a conformação dos gostos existentes a partir do consumo cultural cinematográfico na cidade de Fortaleza, no Ceará, tendo como recorte empírico o público de dois espaços específicos: o Cineteatro São Luiz (com programação variada entre filmes consagrados pelo grande público a produções cults e alternativas) e o Cinema do Dragão (possuindo uma programação que foge ao cenário mainstream). São investigados os condicionantes sociais responsáveis pela construção do gosto e de preferências por determinadas produções fílmicas nos cinemas explicitados. São traçados perfis gerais entre os públicos e suas práticas, mediante a utilização de questionários. As entrevistas e as observações de campo in loco funcionaram como métodos complementares para a compreensão das diferenças entre os públicos. A partir disso, foram considerados alguns aspectos dos espectadores como faixas etárias, moradias e grau de instrução. Para tanto, a base teórica deste trabalho encontra na Sociologia da Cultura e nas análises sobre gosto e consumo sua orientação geral.
Palavras-chaves: Sociologia da Cultura; Cinema; Consumo; Distinções.
Referências
ADORNO, T. W.; HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos. (Tradução de G. A. de Almeida). Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1991.
BARBALHO, Alexandre. A Modernização da cultura. Fortaleza: Imprensa Universitária, 2005.
BARBALHO, Alexandre. A Política para o Audiovisual no Ceará: continuidade e rupturas. O público e o privado – UECE, n. 9, p. 9-22, jan/jun 2007.
BAZIN, André. O cinema: ensaios. São Paulo: Editora Brasiliense, 1991.
BENJAMIN, Walter. A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica. In SELIGMANN SILVA, Márcio. (Org.). Walter Benjamin - A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica. (trad. Gabriel V. Silva). Porto Alegre: L&PM Editores, 2013.
BÉRA, Matthieu; LAMY, Yvon. Sociologia da Cultura. São Paulo: Edições Sesc, 2015.
BOURDIEU, Pierre. A Distinção: crítica social do julgamento. Porto Alegre: Zouk, 2007.
BOURDIEU, Pierre. Escritos de educação. Petrópolis, RJ: Vozes, 2015.
BOURDIEU, Pierre. Questões de sociologia. Rio de Janeiro: Marco Zero, 1983.
COHN, Gabriel. Sociologia da Comunicação: teoria e ideologia. Petrópolis, RJ: Vozes, 2014.
COSTA, Flávia Cesarino. Primeiro Cinema. In: MASCARELLO, Fernando. História do cinema mundial. Campinas: Papirus, 2006.
COULANGEON, Philippe. Sociologia das práticas culturais. São Paulo: Edições SESC, 2014.
DIETRICH, Pascale. LOISON, Marie. ROUPNEL, Manuella. Articular as abordagens quantitativa e qualitativa. In: PAUGAM, Serge. A pesquisa sociológica. Petrópolis, RJ: Vozes, 2015.
ESQUENAZI, Jean-Pierre. Sociologia dos Públicos. Paris: Porto Editora, 2003.
FREIRE, Rafael de Luna; ZAPATA, Natasha H. A. Quantas salas de cinema existiram no Brasil? Reflexões sobre a dimensão e características do circuito exibidor brasileiro. Significação – USP, v. 44, n. 48, p. 176-201, jul-dez 2017.
GARCIA, Camila Camba. FILHOS DO DRAGÃO – O impacto do Instituto Dragão do Mar no Audiovisual do Ceará. 2012. Trabalho de conclusão de curso - CELACC/ECA – USP, São Paulo, 2012. Disponível em: <http://200.144.182.130/celacc/sites/default/files/media/tcc/366-1062-1-PB.pdf>. Acesso em: 30 set. 2015.
GODECHOT, Olivier. Interpretar as redes sociais. In: PAUGAM, Serge. A pesquisa sociológica. Petrópolis, RJ: Vozes, 2015.
GONDIM, Linda M. P.. O Dragão do Mar e a Fortaleza Pós-Moderna: Cultura, patrimônio e imagem da cidade. São Paulo: Annablume, 2007.
GRANT, Barry K. Science Fiction Double Feature: Ideology in the cult film. In: MATHIJS, Ernest; MENDIK, Xavier (ed.). The Cult Film Reader. Berkshire: Open University Press, 2008. Cap. 1.6. p. 76-87.
MARTEL, Frédéric. Mainstream: a guerra global das mídias e das culturas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2013.
ORTIZ, Renato. A moderna tradição brasileira. São Paulo: Brasiliense, 2006.
ORTIZ, Renato. Mundialização e Cultura. São Paulo: Brasiliense, 1994.
ORTIZ, Renato. A Escola de Frankfurt e a Questão da Cultura. Revista Sociologia em Rede, vol. 6, n. 6, p. 203-242, 2016.
PAUGAM, Serge; VELDE, Cécile Van de. O raciocínio comparatista. In: PAUGAM, S. A pesquisa sociológica. Petrópolis, RJ: Vozes, 2015.
RADAKOVICH, Rosario. Retrato Cultural: Montevidéu entre cúmbias, tambores e óperas. Tese (Doutorado em Sociologia), Unicamp. Campinas, 2011.
SCONCE, Jeffrey. Trashing' the Academy: Taste, Excess, and an Emerging Politics of Cinematic Style. Screen, v. 36, n. 4, Winter. 1995. p. 371-393.
VAZ, Toninho. O rei do cinema. Rio de Janeiro: Record, 2008.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Fábio Neves

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.