Justiça restaurativa

relatos e experiência de pesquisa em escolas públicas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.52521/22.11077

Palavras-chave:

participação, conflitualidades, justiça restaurativa

Resumo

A escola pública brasileira é o reflexo das conflitualidades experimentadas na sociedade em que temos múltiplas expressões culturais da violência. Nesse contexto, o dia a dia na escolar torna-se desafiador com tensões e dificuldades em relação ao movimento de convivência. Temos como pressuposto que as práticas educativas punitivas são insuficientes para a resolução dos conflitos vivenciados no cotidiano escolar, pois ampliam o ódio e as divergências. É necessário criarmos estratégias que ressignifiquem a esfera educativa com o exercício de um olhar baseado na consciência e responsabilização dos danos e malefícios da cultura coercitiva que nessa esfera é apenas um mecanismo paliativo. Assim, verificamos a necessidade de ações que favoreçam o diálogo e a escuta ativa. O presente artigo é parte da tese de doutorado realizada no período de 2017-2020 e tem como objetivo investigar o cotidiano escolar a partir de três categorias de análise: juventudes, participação e conflitualidades. O campo de investigação é duas escolas, uma localizada na cidade de Natal-RN e a outra, na cidade de Fortaleza-CE. O estudo é comparativo com abordagem qualitativa realizado com questionários, grupos focais e entrevistas semiestruturadas. Desta feita, a questão norteadora é: Como é vivenciado o cotidiano escolar em relação às juventudes, à participação e às conflitualidades? A hipótese é que as ações restaurativas ressignificam o ambiente escolar tornando-o pacífico.  

Biografia do Autor

Katury Rayane Rodrigues Ramos, Liceu de Acopiara

Doutora em Ciências Sociais (2021) pelo Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Mestra em Sociologia pelo Programa de Pós-graduação em Sociologia (2017) e graduada em Ciências Sociais, habilitação licenciatura, pela Universidade Estadual do Ceará (2014). Atuou como bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID). Facilitadora em Mediação de Conflitos e Círculos de paz pelo Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) e pelo Instituto Terre des hommes (TDH). Pesquisadora no Grupo de Estudos de Práticas Educativas em Movimento (GEPEM) da UFRN. Atualmente é professora de Sociologia na EEM Liceu de Acopiara Deputado Francisco Alves Sobrinho da crede 16. Atua nos seguintes temas: Escola, juventudes, ensino de sociologia, conflitualidades, mediação de conflitos, círculos de paz, justiça restaurativa e paradigma restaurativo. (katuryrayane@gmail.com)

Irene Alves de Paiva, Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

.

Referências

ABRAMO, H. W. Considerações sobre a tematização social da juventude no Brasil. Revista Brasileira de Educação, São Paulo, ANPED, n. 5, p. 25-36, 1997.

ABRAMOVAY, Miriam (Orgs). Diagnóstico participativo das violências nas escolas: falam os jovens. Rio de Janeiro: FLACSO - Brasil, OEI, MEC, 2016. 97 p.

ALMEIDA, Sinara Mota Neves de. Avaliação das concepções de violência no espaço escolar e a mediação de conflitos. 2009. 189f. Tese (Doutorado em Educação)-Programa de Pós-Graduação em Educação- Brasileira, Universidade Federal do Ceará, Ceará.

BARREIRA, César; BATISTA, Élcio. Violência e conflito social. In: _______. (in) Segurança e Sociedade. Campinas: Pontes, 2011, p. 19-36.

BERGER, Peter; LUCKMANN, Thomas. A construção social da realidade: tratado de sociologia do conhecimento. Tradução de Floriano de Souza. Petrópolis: Vozes, 1985.

BOURDIEU, Pierre. O Poder Simbólico. Rio de Janeiro: Bertraud Brasil, 1989.

BOURDIEU, Pierre; PASSERON, Jean Claude. A reprodução: elementos para uma teoria de ensino. Rio de Janeiro: S.A, 1975.

BORDENAVE, Juan E. Diaz. O que é participação. São Paulo: Brasiliense, 1994.

BUBER, M. Do diálogo e do dialógico. Tradução de Marta Ekstein de Souza Queiroz e Regina Weinberg. São Paulo: Perspectiva, 2009.

CASTELLS, Manuel. Sociedade em redes. São Paulo: Paz e Terra, 1999.

DAYRELL, Juarez; CARRANO, Paulo. Juventude e Ensino Médio: Quem é este aluno que chega à escola. In: DAYRELL, Juarez; CARRANO, Paulo; MAIA, Carla Linhares. (Orgs.). Juventudes e Ensino Médio. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2014, p. 102-133.

DAYRELL, J.; GOMES, N. L.; LEÃO, G. Escola e participação juvenil: É possível esse diálogo? Educar em Revista, 38, 237-252, 2010.

DURKHEIM, Émile. Educação e Sociologia. Tradução: Stephania Matousek. São Paulo: Melhoramentos, 2013.

FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: Nascimento das prisões. Tradução de Raquel Ramalhete. Petrópolis: Vozes, 1999.

FREIRE, P. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.

GIDDENS, Anthony. As consequências da modernidade. Tradução de Raul Fiker. São Paulo: Editora UNESP, 1991.

GOHN, Maria da Glória. Movimentos sociais e educação. São Paulo: Cortez, 1994.

IODETA, Paula Adamo. OCDE: Escolas no Brasil tem menos tempo para ensino e mais bullying entre alunos do que a média internacional. BBC, 2019. Disponível em:

https://www.bbc.com/portuguese/brasil-48683505 . Acesso em: 15. 07.19.

LEVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Ed. 34, 1999

PAIVA, Irene Alves de. Os aprendizados da prática coletiva: assentamentos e militantes no MST. 2003. Tese (Doutorado em Educação) - Universidade de São Paulo, São Paulo, 2003.

PATERMAN, Carole. Participação e teoria democrática. São Paulo: Paz e Terra, 1992.

RAMOS, Katury Rayane Rodrigues. Juventude (s) e participação: construção da justiça restaurativa em escolas públicas. 2021. 220F. Tese de (Doutorado em Ciências Sociais) - Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais- Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2021.

RIBEIRO, Djamila. O que é: lugar de fala? Belo Horizonte: Letramento/ Justificando, 2017.

SANTOS, José Vicente Tavares dos. A violência na escola, uma questão social global. In: LEÓN, Roberto Briceño. (Org.) Violencia, sociedad y justicia en América Latina. Buenos Aires: Clacso, 2003. p. 117-133. Disponível em: <http://www2.convivencia.edu.uy/web/wp-content/uploads/2013/12/A-violencia-na-escola-uma-questao-social-global.pdf>. Acesso em: 20 de nov. de 2015.

SEDUC. Foco na aprendizagem. Ced, 2024. Disponível em: https://www.ced.seduc.ce.gov.br/foco-na-aprendizagem-2/. Acesso em: 28. 04.24.

SEDUC. Escolas de ensino integral. SEDUC, 2014. Disponível em: https://www.seduc.ce.gov.br/escolas-de-ensino-medio-em-tempo-integral/. Acesso em: 28.04.23.

SIMMEL, Georg. Sociologia. São Paulo: Ática, 1983.

SKINNER, B. F. Ciência e comportamento humano. Brasília, Universidade de Brasília, 1967.

THOMPSON, John B. Ideologia e cultura moderna: teoria social crítica na era dos meios de comunicação de massa. Petrópolis, SP: Vozes, 1995.

TDH. TDH Brasil, 2018. Disponível em: https://www.tdhbrasil.org/. Acesso em: 20.05.18.

ZEHR, Howard. Justiça restaurativa: teoria e prática. Tradução: Tônia Van Acker. São Paulo: Palas Athena, 2015.

Downloads

Publicado

2024-06-07

Como Citar

RAMOS, K. R. R.; PAIVA, I. A. de. Justiça restaurativa: relatos e experiência de pesquisa em escolas públicas. O Público e o Privado, Fortaleza, v. 22, n. 46, p. 140–166, 2024. DOI: 10.52521/22.11077. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/opublicoeoprivado/article/view/11077. Acesso em: 21 nov. 2024.