O cotidiano do policial penal

aprender a trabalhar e conviver na prisão

Autores

DOI:

https://doi.org/10.52521/21.10602

Palavras-chave:

Policial Penal, Performance Emocional, Vulnerabilidade, Poder

Resumo

Este artigo busca analisar aspectos da construção da atuação como policial penal, a partir de profissionais em diferentes momentos da trajetória: desde os que estavam no curso de formação anterior ao início efetivo como policial penal, até aqueles com mais de 20 anos na função. Os dados foram coletados entre os anos de 2014 e 2018 em Salvador-BA, por meio de entrevistas semiestruturadas, mediante termos de consentimento, e análise inspirada na Teoria Fundamentada, com considerações a partir do conceito de performance emocional proposto por Crawley (2004) e da sociologia das prisões. Os resultados apontam a convivência e a interação com os privados de liberdade como uma das principais atribuições desses profissionais, que possibilita o desenvolvimento um saber que é próprio desta categoria profissional: a habilidade de conviver e mediar situações de tensão e privação cotidianas na prisão e de reconhecer sinais de alterações no pátio. Ao mesmo tempo, destacam que as características dessas interações têm a ver com a experiência e o significado atribuído à ocupação, aos sentimentos de vulnerabilidade e poder que se apresentam na relação com as pessoas em privação de liberdade e com as estratégias desenvolvidas por cada um, a partir da sua subjetividade, para lidar com o contexto prisional.

Biografia do Autor

Leticia Chaves Monteiro, Escola Comunitária Brilho do Cristal no Vale do Capão, Chapada Diamantina, Bahia – Brasil

Doutora (2018) e mestre (2013) em Ciências Sociais pelo PPGCS/UFBA, membro do LASSOS - Laboratório de Estudos em Segurança Pública, Cidadania e Solidariedade. Psicóloga pela Universidade Salvador - UNIFACS (2007) e Pedagoga pela UNIFACS (2019). Experiência em projetos e programas sociais, atuando principalmente nos seguintes temas: formação de pessoas e educação sistema penitenciário e saúde do trabalhador. Psicóloga Clínica com formação na Abordagem Centrada na Pessoa, com experiência no desenvolvimento de ações comunitárias de Plantão Psicológico e Grupos de Encontro e facilitação em Curso de Formação Vivencial-reflexivo nesta abordagem. Experiência em consultoria internacional em programa de educação profissional, em Moçambique (2012). Assessora psicopedagógica na Escola Casa da Infância (2014- 2022). Desenvolveu programa de Formação de Professores que atuam em unidades prisionais no Estado da Bahia no Instituto Anísio Teixeira (IAT/SEC - 2007-2011). Representante do pólo Bahia da ONG RedSolare Brasil e membro no Network Reggio Children (Itália). Atualmente é Coordenadora Pedagogica da Escola Cominitária Brilho do Cristal, localizada no Vale do Capão - Chapada Diamantina (BA), Brasil. 

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Publicado

2023-12-15

Como Citar

MONTEIRO, L. C. O cotidiano do policial penal: aprender a trabalhar e conviver na prisão. O Público e o Privado, Fortaleza, v. 21, n. 45, p. 40–61, 2023. DOI: 10.52521/21.10602. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/opublicoeoprivado/article/view/10602. Acesso em: 22 dez. 2024.