Percepção dos Professores sobre as Avaliações Externas na Educação Básica no Ceará

Autores

  • Karine Moreira Gomes Sales
  • Lia Machado Fiuza Fialho Doutora em Educação pela Universidade Federal do Ceará - UFC e Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) da UECE https://orcid.org/0000-0003-0393-9892

DOI:

https://doi.org/10.47455/2675-0090.2020.2.5.4858

Palavras-chave:

avaliação educacional, spaece, saeb, políticas públicas de avaliação educacional, práticas pedagógicas

Resumo

Atualmente os processos de ensino e aprendizagem na educação sistematizada tem passado por constantes inquietações, especialmente quando o assunto é relacionado à qualidade da educação e sua avaliação. Nesse contexto, a Avaliação Educacional vem ganhando, ao longo dos anos, significativo destaque nas políticas públicas educacionais. No Ceará-Brasil, o Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB) em rede nacional e o Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará (SPAECE) são os principais mecanismos efetivados para avaliar a Educação Básica no estado. O proposito do presente artigo é questionar como o SAEB e o SPAECE são percebidos pelos professores da Educação Básica e que reverberações tais avaliações acarretam nas suas práticas pedagógicas. A pesquisa de abordagem qualitativa, do tipo estudo de caso, utilizou como fontes de análise documentos da Secretária de Educação do Ceará e das escolas como Projeto Político Pedagógico e Regimento Escolar e principalmente as narrativas de professores. O estudo mostrou que o SAEB e o SPAECE passaram por várias mudanças em relação às suas denominações, concepções e metodologias, no entanto, percebeu-se que a avaliação sempre foi utilizada pelos governos como forma de controle visando mais eficiência no sistema educacional. As avaliações foram percebidas como fundamental para se chegar à qualidade do ensino, no entanto, nos moldes operacionalizadas no Ceará, serviam como prestação de contas acerca do rendimento dos alunos, no âmbito nacional e estadual, tendo como incentivo um sistema de premiação que lançavam luz às escolas que galgavam os melhores índices.

Referências

AFONSO, A. J. Avaliação educacional: regulação e emancipação: para uma sociologia das políticas contemporâneas. São Paulo: Cortez, 2000.

BONAMINO, A.; FRANCO, C. Avaliação e política educacional: o processo de institucionalização do SAEB. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 27, n. 108, p. 101- 132, nov. 1999.

BONNIOL, J. J. Modelos de avaliação: textos fundamentais com comentários. Porto Alegre: Artmed, 2001.

BLOOM, B.S.; HASTINGS, J.T.; MADAUS, G.F. Manual de Avaliação Formativa e Somativa do Aprendizado Escolar. São Paulo: Pioneira, 1983.

BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: MEC, 1996.

CABRAL NETO, A. A política educacional no Nordeste: discursos, embates e práticas. Natal: EDUFRN, 1997.

CASTRO, M. H. G. O impacto da implementação do FUNDEF nos Estados e municípios: primeiras observações. São Paulo: Cortez, 1999.

COULANGE, F. de. A Cidade Antiga: estudo sobre o culto, o direito, as instituições da Grécia e de Roma. São Paulo: Hemus, 1975.

DOMINGOS NETO, M.; MARTINS, M. D. Significados do nacionalismo e do Internacionalismo. Tensões Mundiais, v. 1, n. 5, p. 9-40, ago. 2006.

FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1997.

FONSECA, M. A educação brasileira sob o manto ideológico e financeiro do Banco Mundial. In: FONSECA, M. Multilateralismo e reações sul-americanas. Fortaleza: EdUECE, 2011.

GADOTTI, M. Pedagogia da práxis. São Paulo: Cortez, 1997.

GELLNER, E. Nação e Nacionalismo. Lisboa: Gradiva, 1993.

GELLNER, E. O advento do nacionalismo e sua interpretação: os mitos da nação e da classe. Rio de Janeiro: Contraponto, 2000.

GOHN, M.G. Educação não formal, participação da sociedade civil e estruturas colegiadas nas escolas. Ensaio: avaliação das políticas públicas de educação, v. 14 n. 50, p. 27-38. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ensaio/v14n50/30405.pdf. Acesso em: 10 jan. 2019.

GRÉGOIRE, J. Avaliando as Aprendizagens: os aportes da psicologia cognitiva. Porto Alegre: Artmed, 2000.

HADDAD, S. Os Bancos Multilaterais e as Políticas Educacionais no Brasil. In: HADDAD, S. A Estratégia dos Bancos Multilaterais para o Brasil. São Paulo: Paz e Terra, 1998.

KUENZER, A. Z.; CALAZANS, Maria Julieta Costa; GARCIA, Walter. Planejamento e educação no Brasil. São Paulo: Cortez, 1993.

LIBÂNEO, J. C. Democratização da Escola Pública: pedagogia crítico-social dos conteúdos. São Paulo: Loyola, 2005.

LOCKE, J. Segundo Tratado sobre o Governo: ensaio relativo à verdadeira origem, extensão e objetivo do governo civil. São Paulo: Martin Claret, 2004.

LUCKESI, C. C. Avaliação da Aprendizagem Escolar. São Paulo: Cortez, 2000.

MARANDINO, M.; SELLES, S. E.; FERREIRA, M. S. Ensino de Biologia: histórias e práticas em diferentes espaços educativos. São Paulo: Cortez, 2009.

NOGUEIRA, M. A.; NOGUEIRA, C. M. M. Bourdieu & a Educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2009.

SAVIANI, D. Escola e democracia: polêmicas do nosso tempo. Campinas: Autores Associados, 1999.

SOUZA, P. R. Os desafios para a educação no limiar do novo século. In: VELOSO, J. P. R.; ALBUQUERQUE, R. C. Um modelo para educação no século XXI. Rio de Janeiro: José Olympio, 1999.

THIMOTEO, F. E. P. A Avaliação da Educação Básica: uma análise qualitativa dos instrumentos contextuais do SAEB no período de 1995 a 2001. São Paulo: FGV/EAESP, 2003. 120 p. (Dissertação de Mestrado apresentada ao Curso de Pós-Graduação da FGV/EAESP).

VIANNA, H. M. Avalição educacional: teoria, planejamento e modelos. São Paulo: IBRASA, 1989.

Downloads

Publicado

2020-07-01

Como Citar

Sales, K. M. G., & Fialho, L. M. F. (2020). Percepção dos Professores sobre as Avaliações Externas na Educação Básica no Ceará. Inovação & Tecnologia Social, 2(5), 106–118. https://doi.org/10.47455/2675-0090.2020.2.5.4858

Edição

Seção

Artigos