APRESENTAÇÃO
Resumo
Concordando com Paul Ricouer, “ A memória, a história, o esquecimento”, a
memória é a base do conhecimento histórico, principalmente no caso de instituições onde
em sua grande maioria ainda não há uma História escrita. Há uma dificuldade de falar de
uma instituição, principalmente quando se está inserido dentro da mesma, como adverte
Pierre Bourdieu em seus estudos sobre o campo científico. Pierre Nora em “Entre memória
e história: a problemática dos lugares”, diz que a memória é uma fonte viva, em constante
mudança, numa relação inconsciente e dialética entre o lembrar e o esquecer, com períodos
de latências e de revitalizações de um passado, onde se deseja refletir e entender , a partir
de demandas do tempo presente. A memória estaria assim submetida não só a uma instancia
da subjetividade do individuo, como também às instâncias de poderes. Certeau na “Escrita
da História” lembra que juntamente com as instancias de poderes “os lugares permitem
e interditam as produções da história, tornando possíveis certas pesquisas em função de
conjunturas e problemáticas comuns e impossibilitando outras”. Esta discussão sobre o
papel de lugares para o desenvolvimento de memórias é um ponto importante para quem lida
com Instituições ou entidades pois são espaços de primazia para construção de identidades e
de discursos legitimadores por parte dos grupos que os compõem, e que estão em constantes
disputas na definição do que será lembrado e o que será esquecido .