Neofascismo, “nova república” e a ascensão das direitas no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.32335/2238-0426.2020.10.24.2060Palavras-chave:
neofascismo, novas direitas, partidos políticosResumo
Com a recente ascensão das direitas no Brasil, que culminou com a eleição de Jair Bolsonaro, assim como de outros líderes da extrema direita, coloca-se em questão os impactos dessas novas formatações no campo político e partidário brasileiro, assim como quais são os pressupostos e filiações ideológicas. Além de categorias como “novas direitas”, termos como “neofascismo” são utilizados indiscriminadamente para interpretar expressões e grupos dos mais distintos. A fim de colocar esses aspectos em questão, o artigo tem o propósito de apresentar um apanhado das relações entre grupelhos neofascistas e forças político-partidárias no Brasil. Analisando desde a transição democrática até a eleição de Bolsonaro, o artigo coloca em análise as aproximações e disputas existente entre grupelhos neofascistas e agremiações partidárias, a fim de compreender as diversas disputas existentes dentro do campo da extrema direita brasileira ao longo da “nova república”.
Downloads
Referências
Almeida, A. (2004). Skinheads: os “mitos ordenadores” do poder branco paulista (Dissertação de Mestrado). Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, SP.
Almeida, A. (2017). Música skinhead white power brasileira: guia de referência (Tese de Doutorado). Universidade de São Paulo, São Paulo, SP.
Ato Institucional n. 5, de 13 de dezembro de 1968. (1968). São mantidas a Constituição de 24 de janeiro de 1967 e as Constituições Estaduais; O Presidente da República poderá decretar a intervenção nos estados e municípios, sem as limitações previstas na Constituição, suspender os direitos políticos de quaisquer cidadãos pelo prazo de 10 anos e cassar mandatos eletivos federais, estaduais e municipais, e dá outras providências. Brasília, DF.
Boisard, S. (2014). Pensando as direitas na América Latina: objeto científico, sujeitos e temporalidades? Varia História, 30(52), 85-100.
Boron, A. (1977). El fascismo como categoría histórica: en torno al problema de las dictaduras en América Latina. Revista Mexicana de Sociología, 39(2), 481-528.
Briones, A. (1975). El neofascism em América Latina. Problemas del Desarrollo, 6(23), 25-50. Caldeira, O.. Neto, (2009). Memória e justiça: o negacionismo e a falsificação da história. Antíteses, 2(4), 1097-1123.
Caldeira, O.. Neto, (2013). A direita que se (re)cria: AIB, Arena e PRONA. Boletim do Tempo Presente, 4, 1-19.Caldeira, O.. Neto, (2014). Sob o signo do sigma: integralismo. neointegralismo e antissemitismo. Maringá, PR: Ed. UEM.
Caldeira, O.. Neto, (2016a).“Nosso nome é Enéas!”: Partido de Reedificação da Ordem Nacional (1989-2006). (Tese de Doutorado). Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS.Caldeira, O.. Neto, (2016b). Frente Nacionalista, neofascismo e “novas direitas” no Brasil. Faces de Clio, 2(4), 20-36.
Cardoso, L. C. (2011). Os discursos de celebração da “Revolução de 1964”. Revista Brasileira de História, 31(62), 117-140.
Carneiro, E. F. (Org.). (1994). Um grande projeto nacional: Enéas Presidente. [S.l.]: Partido de Reedificação da Ordem Nacional.
Castan, S. E. (1985). Holocausto: judeu ou alemão? Nos bastidores da mentira do século. Porto Alegre, RS: Revisão.
Costa Pinto, A., & Martinho, F. C. P. (2003). O passado que não passa: a sombra das ditaduras na Europa do Sul e na América Latina. Rio de Janeiro, RJ: Civilização Brasileira.
Direita articula-se com objetivo de influir na sucessão. (1989, 1º de março). In Folha de S. Paulo(p. A7).
Direita luta pela “boquinha”. (1989, abril). In Ponto de Vista (CEFURIA), 15, 2.
Dreifuss, R. (1989). O jogo da direita na Nova República. São Paulo, SP: Vozes.
Frente Integralista Brasileira. (2019). FIB. Recuperado de https://www.integralismo.org.br/?cont=780&ox=195#.XY7F8ubMNgU
Gentile, F. (2018). A direita brasileira em perspectiva histórica. Plural: Revista do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da USP, 25(1), 92-11.
Girardet, R. (1996). Mitos y mitologías políticas. Buenos Aires, Argentina: Nueva Visión.Gonçalves, L. P., & Caldeira, O.. Neto (2016). Brazilian integralism and the corporatist intellectual triad. Portuguese Studies, 32(2), 225-243.
Gonçalves, L. P., Caldeira, O.. Neto, & Andrade, G. I. F. (2017). Neonazismo e transição democrática: a experiência brasileira. Anuario IEHS, 32(2), 221-240.
Guamán, A., Aragoneses, A., & Martín, S. (2019). Neofascimo: la bestia neoliberal. Madrid, España: Siglo XXI.
Integralista sonha com partido. (1988, 3 de maio). In Jornal do Brasil (p. 2).
Jânio e Afif são as opções da direita para a presidência. (1989, 27 de janeiro). In O Liberal (p. 19).
Jesus, C. G. N. (2006). Anti-semitismo e nacionalismo, negacionismo e memória. São Paulo, SP: Ed. Unesp.
Krischker, J. (2004). A extrema-direita americana no Brasil: ideologia, organização e práticas dos Larouchistas – a organização LaRouche. In L. MILMAN (Org.), Ensaios sobre o anti-semitismo contemporâneo: dos mitos e das críticas aos tribunais (pp. 75-91). Porto Alegre, RS: Sulina.“Letras em Marcha” aponta comunização. (1986, 30 de setembro). In O Globo (p. 7).Lopes, L. R. (1992). Do terceiro Reich ao novo nazismo. Porto Alegre, RS: Ed. UFRGS.
Mack, E. (1994, 30 de agosto). Admirador de Hitler decide apoiar Enéas. Recuperado de http://www1.folha.uol.com.br/fsp/1994/8/30/caderno_especial/19.html
Maitino, M. E. (2018). “Direita, sem vergonha”: conformações no campo da direita no Brasil a partir do discurso de Jair Bolsonaro. Plural: Revista do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da USP, 25(1), 92-11.
Mann, M. (2008). Fascistas. São Paulo, SP: Record.
Momento decisivo. (1989, novembro). In Ombro a Ombro, 2(18), 1.
Motta, R. P. S. (2002). Em guarda contra o perigo vermelho: o anticomunismo no Brasil. São Paulo, SP: Perspectiva.
Natali, J. B. (1986, 21 de dezembro). Integralistas tem timido “lobby” para a constituinte. Recuperado de https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/116736/1986_DEZEMBRO_084b.pdf?sequence=1&isAllowed=y
Oliveira, P. C. (2014). Música, neofascismos e a nova história política: uma análise sobre a presença do Hate Rock no Brasil (1990-2010). Boletim Historiar, 6, pp, 43-56.
Partido de Ação Nacionalista. (1983, 28 de outubro). Manifesto Programa (ano 1, n. 1). São Paulo, SP: Autor.
Partido de Reedificação da Ordem Nacional – PRONA – Ata de Fundação. (1989, 6 de abril). In Diário Oficial da União (Seção I, pp. 5280-5285).
Pereira, M. H. F. (2015). Nova direita? Guerras de memória em tempos de Comissão da Verdade (2012-2014). Varia Historia, 31(57), 863-902.
Pierucci, A. F. (1987). As bases da nova direita. Novos Estudos (CEBRAP). n. 19, pp. 26-45.
Power, T. J. (2000). The political right in postauthoritarian Brazil: elites, institutions, and democratization. University Park, PA: Pennsylvania State University Press.
Quadros, M. P. R. & Madeira, R. M. (2018). Fim da direita envergonhada? Atuação da bancada evangélica e da bancada da bala e os caminhos da representação do conservadorismo no Brasil. Opinião Pública, 24(3), 486-522.
Reis, D. A. (2010). Ditadura, anistia e reconciliação. Estudos Históricos (Rio de Janeiro), 23(45), 171-186.
Rocha, C. (2018). “Menos Marx, mais Mises”: uma gênese da nova direita brasileira (2006-2018)(Tese de Doutorado). Universidade de São Paulo, São Paulo, SP.
Santos, E. H. J. (2009). Extrema-direita, volver! Memória, ideologia e política dos grupos formados por civis e militares da reserva (Dissertação de Mestrado). Universidade Federal Fluminense,Niterói, RJ.
Trindade, H. (2000). Fascismo e neofascismo na América Latina. In L. Milman (Org.), Neonazismo, negacionismo e extremismo político (pp. 47-75). Porto Alegre, RS: Ed. UFRGS.
Vale, I. (1994, 30 de junho). Carecas driblam nazismo com futebol e reggae. O Estado de São Paulo, p. G6.
Velasco e Cruz, S., Kaysel, A., & Codas, G. (Orgs.). (2015). Direita, volver! O retorno da direita e o ciclo político brasileiro. São Paulo, SP: Ed. Fundação Perseu Abramo
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.