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Vitimização de Mulheres e Covid-19:

Entre permanências e agravamentos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.52521/18.3934

Resumo

Com a crise sanitária instaurada pela pandemia da Covid-19 e as medidas de distanciamento social adotadas para tentar conter o avanço da doença, pesquisas feitas por diversas organizações e veiculadas pelas mídias apontaram para o aumento no número de casos de violências praticadas em âmbito doméstico, sobretudo contra as mulheres. Considerando tal contexto, nosso objetivo com este artigo é contribuir para uma melhor compreensão do agravamento deste problema social, atentando para as respostas que tem sido oferecidas para seu enfrentamento. Nossas reflexões partem da  coleta e observação de elementos empíricos, a partir de um levantamento feito das iniciativas que surgiram durante a pandemia em nome do enfrentamento da violência doméstica e familiar contra as mulheres, desde campanhas publicitárias de órgãos públicos até disposições normativas a respeito do assunto (as que já existiam e as novas propostas que surgiram com o isolamento social). Ao final, argumentamos que a Covid-19 não inaugurou novos problemas, tampouco as reações que observamos propõem soluções diferentes ou inovadoras. As respostas dadas pelo poder público continuam a focar na lógica da denúncia/punição criminal do agressor, deixando, com isso, uma grande parcela de mulheres desatendidas. Isto porque, ao se apostar em uma única reposta, não são consideras a pluralidade de desejos, situações de dependências, afetos e moralidades em jogo quando se trata da vida (e da autonomia) dessas mulheres.

Biografia do Autor

Anderson Eduardo Carvalho de Oliveira, Universidade Federal da Bahia

Doutor em Estudos Interdisciplinares sobre Mulheres, Gênero e Feminismos pela Universidade Federal da Bahia. Pesquisador Associado do Núcleo de Estudos sobre a Mulher da Universidade Federal da Bahia. Atualmente, exerce cargo em comissão no Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, é professor associado do Centro Universitário UniFTC e pesquisador associado do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher (NEIM/UFBA). Interessa-se pela área do Direito e Estudos de Gênero, atuando nos seguintes temas: direitos humanos, estudos sobre homens e masculinidades e violência baseada no gênero. Tem se dedicado fundamentalmente a pesquisas sobre os serviços de educação e responsabilização para homens autores de violência

eduardo.carvalho87@yahoo.com.br

Juliana Tonche, Universidade Federal da Bahia

Doutora em Sociologia pela Universidade de São Paulo. Pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal da Bahia. Docente do Mestrado Profissional em Segurança Pública, Justiça e Cidadania (PROGESP/UFBA).

Mariana Thorstensen Possas

Doutora em Criminologia pela Universidade de Ottawa. Professora do Departamento de Sociologia e do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal da Bahia. 

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Publicado

2020-12-30

Versões

Como Citar

OLIVEIRA, A. E. C. de; TONCHE, J.; POSSAS, M. T. Vitimização de Mulheres e Covid-19:: Entre permanências e agravamentos. O Público e o Privado, Fortaleza, v. 18, n. 37 set/dez, 2020. DOI: 10.52521/18.3934. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/opublicoeoprivado/article/view/3934. Acesso em: 4 dez. 2024.