Vitimização de Mulheres e Covid-19:
Entre permanências e agravamentos
DOI:
https://doi.org/10.52521/18.3934Resumo
Com a crise sanitária instaurada pela pandemia da Covid-19 e as medidas de distanciamento social adotadas para tentar conter o avanço da doença, pesquisas feitas por diversas organizações e veiculadas pelas mídias apontaram para o aumento no número de casos de violências praticadas em âmbito doméstico, sobretudo contra as mulheres. Considerando tal contexto, nosso objetivo com este artigo é contribuir para uma melhor compreensão do agravamento deste problema social, atentando para as respostas que tem sido oferecidas para seu enfrentamento. Nossas reflexões partem da coleta e observação de elementos empíricos, a partir de um levantamento feito das iniciativas que surgiram durante a pandemia em nome do enfrentamento da violência doméstica e familiar contra as mulheres, desde campanhas publicitárias de órgãos públicos até disposições normativas a respeito do assunto (as que já existiam e as novas propostas que surgiram com o isolamento social). Ao final, argumentamos que a Covid-19 não inaugurou novos problemas, tampouco as reações que observamos propõem soluções diferentes ou inovadoras. As respostas dadas pelo poder público continuam a focar na lógica da denúncia/punição criminal do agressor, deixando, com isso, uma grande parcela de mulheres desatendidas. Isto porque, ao se apostar em uma única reposta, não são consideras a pluralidade de desejos, situações de dependências, afetos e moralidades em jogo quando se trata da vida (e da autonomia) dessas mulheres.
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- 2020-12-30 (2)
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