Um Tributo de Dor
a Epidemia de Malária no Baixo Jaguaribe-CE (1937-1942)
Palavras-chave:
epidemia de malária, Políticas Públicas, Baixo Jaguaribe-CEResumo
Este artigo tem por propósito estabelecer alguns níveis de compreensão acerca da epidemia de malária ocorrida na região do Baixo Jaguaribe entre os anos de 1937 e 1942, a partir de três questões que, para nós, ressaltam em primeiro plano. A primeira questão diz respeito às ações/reações do Governo do Estado do Ceará frente às primeiras denúncias do surto epidêmico, notificadas, no ano de 1937, principalmente, pelo então Prefeito do município de União, Antônio Rocha Freitas, através, sobretudo, de denúncias nos jornais da capital, Fortaleza. Durante a grave crise sanitária em que viveu a população jaguaribana, sobretudo nos dois primeiros anos da epidemia, 1937 e 1938, foi notório, através da imprensa, as constantes trocas de acusações entre o Prefeito da cidade de União e o Governo estadual, representado pelo governador Meneses Pimentel. A segunda questão aborda os investimentos, por parte dos governos brasileiro e norte-americano, de altas somas de recursos no combate à epidemia, através do Serviço de Malária do Nordeste - SMNE. Sem a intenção de aprofundarmos o debate, podemos dizer que as autoridades, especialmente as norte-americanas, temiam que a epidemia pudesse migrar para outros territórios das Américas, colocando em risco os projetos intervencionistas do governo americano numa conjuntura marcada pela Segunda Grande Guerra Mundial. A terceira questão refere-se ao trabalho de assistência dos padres, os quais se achavam obrigados a viajar por diversas localidades cumprindo os rituais católicos e levando mantimentos e remédios para a população enferma.