Entre tapas e chutes

um estudo antropológico do baculejo como exercício de poder policial no cotidiano da cidade

Autores

  • Leonardo Sá
  • João Pedro de Santiago Neto

Palavras-chave:

Violência policial, Baculejo, Jovens, Conflitualidade

Resumo

Este trabalho discute as práticas de agressão física de policiais militares contra jovens nas favelas, praças e ruas da cidade de Fortaleza na perspectiva de uma antropologia da violência e dos conflitos sociais. Baseado em materiais etnográficos de pesquisas com policiais militares, com jovens usuários de substâncias psicoativas nas praças e ruas e também com jovens moradores de favelas, buscamos elaborar uma leitura analítica, a partir dos nossos acessos etnográficos, focando no ritual de poder conhecido popularmente como “baculejo”, onde, além da abordagem e da revista policial militar em busca de drogas, armas ou fugitivos da justiça, configura-se um campo de poder alimentado recorrentemente por práticas de violência, como tapas, chutes, espancamentos; e, em alguns casos, torturas mais graves, cujo foco é a punição física de pessoas consideradas socialmente indesejáveis pelos policiais militares, cuja ótica envolve a ideia de “quebrar o moral” dos “vagabundos” ou “amaciar o vagabundo” sob a égide de justificativas que giram em torno da noção policial militar de “agir com energia” ou “ações enérgicas” para impor respeito e ordem.

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Publicado

2020-01-23

Como Citar

SÁ, L.; DE SANTIAGO NETO, J. P. Entre tapas e chutes: um estudo antropológico do baculejo como exercício de poder policial no cotidiano da cidade. O Público e o Privado, Fortaleza, v. 9, n. 18 jul.dez, p. 147–163, 2020. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/opublicoeoprivado/article/view/2480. Acesso em: 23 abr. 2024.