Jovens Batalhadores entre a Formação e o Trabalho:
uma incógnita no ideário juvenil
DOI:
https://doi.org/10.47455/2675-0090.2019.1.3.4071Palavras-chave:
batalhadores, legislação, ensino superiorResumo
A presente pesquisa analisa as condições socioeconômicas e culturais de jovens moradores da periferia de Maracanaú-CE, que trabalham, sem garantias legais, no Centro de Abastecimento do Ceará – CEASA. Foca-se como essas circunstâncias trabalhistas impactam seus rendimentos escolares e acabam por limitar suas possibilidades de acesso ao ensino superior. Diante disso, aborda a legislação vigente no tocante aos jovens no mercado de trabalho, em simultâneo à problematização das limitações dos projetos educacionais em nível estadual que, muitas vezes, não contemplam as reais necessidades dos jovens estudantes/trabalhadores. Metodologicamente, optou-se pelo recurso à história de vida, uma vez que o relato dos jovens permite adentrar na esfera moral em que vivem e fazem escolhas cotidianas. Para isso, foram realizadas entrevistas semiestruturadas que ampararam os momentos de conversas com os entrevistados. Ademais, seus relatos revelam uma situação social adversa em que os sonhos em relação à universidade chocam-se com as necessidades de sobrevivência impostas por suas circunstâncias familiares e sociais.
Referências
ABRAMO, Helena Wendel. Condição juvenil no Brasil contemporâneo. In: ______. BRANCO, Pedro Paulo Martoni (Orgs.). Retratos da juventude brasileira: análises de uma pesquisa nacional. São Paulo: Fundação Perseu Abramo/Instituto Cidadania, 2005. p. 37-72.
AMIM, Andréa Rodrigues. Doutrina da proteção integral. In: MACIEL, Kátia Regina F. L. A. (coord.). Curso de direito da criança e do adolescente. Aspectos teóricos e práticos. 6ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 52-53.
ANDRADE, Sandra dos Santos. O que fazer no ano que vem? Articulações entre juventude, tempo e escola. Educação em Revista, Belo Horizonte, n. 33, 2017.
ARIÈS, Philippe. História social da criança e da família. 2º Ed. Rio de Janeiro: LTC, 2015.
BERTOLDO, Edna. Trabalho e educação no Brasil: da centralidade do trabalho à centralidade da política. 2 ª Ed. São Paulo: Instituto Lukács, 2015.
BOURDIEU, Pierre. Escritos de educação. 9ª Ed. Petropolis, RJ: Vozes, 2007.
BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. 12ª Ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2009.
DAYRELL, Juarez. A escola “faz” as juventudes: reflexões em torno da socialização juvenil. Educ. Soc., v. 28, nº 100 – Especial, p. 1105 – 1128, out. 2007.
DAYRELL, Juarez; CARRANO, Paulo; MAIA, Carla Linhares. (Orgs). Juventude e ensino médio. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2014.
DIÓGENES, Glória (Org.). Eles dizem não ao não: um estudo sobre a geração N. Fortaleza: Instituto Dragão do Mar, 2019.
GROPPO, Luís Antonio. Condição juvenil e modelos contemporâneos de análise sociológica das juventudes. Última Década, Valparaíso, n. 33, p. 11-26, dic. 2010.
MÉSZÁROS, István. A educação para além do capital. 2.ed. São Paulo: Boitempo, 2008.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Pela Justiça na Educação. Brasília: MEC: Fundescola, 2000. Disponível em: . Acesso em: 07 ago. 2018.
PAIS, José Machado. A construção sociológica da juventude - alguns contributos. Análise social, v. 25, p. 139-165, 1990.
PRIORE, Mary Del (org.). História das crianças no Brasil. 7ª Ed. São Paulo: Contexto, 2010.
RIFIOTIS, Theophilos. Direitos humanos: Sujeito de direitos e direitos do sujeito. In:
SILVEIRA, Rosa M. G. et al. (Orgs.). Educação em direitos humanos: fundamentos teórico-metodológicos. João Pessoa: Editora Universitária, 2007.
SOUZA, Jessé. Os batalhadores brasileiros: nova classe média ou nova classe trabalhadora? 2ª Ed. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2012a.
______. A construção social da subcidadania: para uma sociologia política da modernidade periférica. 2ª Ed. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2012b.
______. Ralé brasileira: quem é e como vive. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2011.