Educação Popular Projovem Campo:
uma política pública contra-hegemônica na educação do campo
DOI:
https://doi.org/10.47455/2675-0090.2024.6.13.13314Palavras-chave:
educação popular, projovem campo, política públicaResumo
O primeiro aspecto que chamou atenção para o estudo do Projovem Campo – Saberes da Terra (PJCST), antes de qualquer pesquisa e com base na minha experiência profissional, enquanto participante do programa, foi a possibilidade de este representar algum tipo de ação contra-hegemônica com relação à educação tradicional, pensando na perspectiva adotada pelo marxista italiano Antônio Gramsci (1978). Como demonstra Santaella (2015), o conceito de hegemonia surge em Gramsci a partir da diferenciação entre a ideia de direção das classes aliadas e domínio das adversárias. Gramsci postulava sobre a relevância da dominação de classe no mundo contemporâneo, para além da disputa material na sociedade, com a disputa de ideias. A Educação Popular EP, no âmbito da educação do campo, se faz em meio aos processos de lutas de resistência da classe popular e política, com os atores das políticas públicas, contestando ou não aquilo que lhes são oferecidos, e atuantes no cenário que categoriza a educação tradicional.
Referências
AYOUB, Hannah. Estudos em Jornalismo e Mídia. v. 4, n. 1, 1 sem. 2007.
ARROYO, Miguel. Currículo: território em disputa. Petrópolis, RJ; Vozes, 2011.
BRASIL, Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996: estabelece as diretrizes e base da educação nacional. Diário oficial da União, Brasília, 23 dez. 1996.
BRASIL, Ministério da Educação. Projeto Base ProJovem Campo – Saberes da Terra. Brasília, DF, Edição 2009.
BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Diretrizes operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo. Brasília, DF, 2001.
CALDART, Roseli Salete et al. (org.). Dicionário da Educação do Campo. São Paulo: Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, Expressão Popular, 2012.
COUTINHO, Marcelo. Movimento de mudança política na América do Sul contemporânea. Rev. Sociol.Polit. Nov. 2006.
GOHN, Maria da Glória. Movimentos sociais no início do século XXI: antigos e novos atores sociais. 5. ed., Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.
GRAMSCI, A. Concepção dialética da história. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978.
GRAMSCI, A. Cadernos do cárcere. v. 5. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002.
LIBÂNEO, José Carlos. O Dualismo Perverso da Escola Pública Brasileira: escola do conhecimento para os ricos, escola do acolhimento social para os pobres. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 38, n. 1, p. 13-28, mar. 2012.
MOLINA, Monica Castagna. Expansão das licenciaturas em educação do campo: Desafios e potencialidades. Educar em revista, Curitiba, Brasil, n. 55, p. 145-166, jan/mar. 2019.
PALUDO, Conceição. Educação Popular como resistência e emancipação humana. Cad. Cedes, Campinas, v. 35, n. 96, p. 219-238, maio-ago., 2015.
SAVIANI, Dermeval. Política educacional brasileira: limites e perspectivas. Revista de Educação. PUC-Campinas. 2008.