ABORDAGEM CLÍNICA E LABORATORIAL DE UM CÃO COM HIPOPLASIA ERITRÓIDE E HIPERPLASIA GRANULÓCITICA ASSOCIADO À LEISHMANIOSE VISCERAL

Autores/as

  • Samuel Monteiro JORGE Laboratório de Patologia Clínica Veterinária da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)
  • Thayz Paolla Ferreira ROMANO Clínica Médica de Pequenos Animais (UFCG)
  • Márcio Eduardo de Melo BENVENUTTI Laboratório de Patologia Clínica Veterinária da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)
  • Gilzane Dantas NÓBREGA Laboratório de Patologia Clínica Veterinária da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)
  • Gabriela Noronha TOLEDO Clínica Médica de Pequenos Animais (UFCG)
  • Antônio Fernando de Melo VAZ Laboratório de Patologia Clínica Veterinária da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)

Palabras clave:

Hematopatologia, Doenças infecciosas, Clínica médica veterinária

Resumen

A leishmaniose visceral (LV) é uma enfermidade comum que acomete múltiplos sistemas e apresenta tempo de evolução crônico. Dentre as características laboratoriais que são observadas, os achados na medula óssea podem variar de hipoplasia a hiperplasia, tanto eritróide quanto granulocítica. Diante disso, o presente trabalho tem como objetivo realizar uma análise clínica e laboratorial dos achados em um cão com hipoplasia eritroide e hiperplasia granulocitica associada à LV. Um cão da raça Setter Irlandês, macho, com 7 anos de idade foi atendido no Hospital Veterinária Ivon Macêdo Tabosa da Universidade Federal de Campina Grande (HVIMT / UFCG) apresentando epistaxe, perda de peso e hiporexia. Foi solicitado hemograma completo, análise de bioquímica sérica, urinálisen e mielograma com pesquisa de hemoparasitas. No hemograma foi evidenciado anemia normocítica normocrômica e diminuição da quantidade de plaquetas com presença de agregados plaquetários. A bioquímica sérica revelou hipoalbuminemia e hiperproteinemia. Na urinalise não foi evidenciada alterações com relevância clínica. Foi observada amastigotas de Leishmaniasp no mielograma, e hipoplasia eritróide e hiperplasia granulócitica. O animal foi tratado com associação de milteforan, alopurinol e domperidona, contudo o tutor não retornou para reavaliação do paciente. Diante do exposto, uma abordagem clínica laboratorial de um paciente com LV é importante para um tratamento mais adequado e melhorar o prognóstico. Mais estudos devem ser realizados para a melhor compreensão das respostas hematopatológicas frente a essa enfermidade.

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Publicado

2022-11-19

Cómo citar

JORGE, S. M. .; ROMANO, T. P. F. .; BENVENUTTI, M. E. . de M. .; NÓBREGA, G. D. .; TOLEDO, G. . N. .; VAZ, A. F. de M. . ABORDAGEM CLÍNICA E LABORATORIAL DE UM CÃO COM HIPOPLASIA ERITRÓIDE E HIPERPLASIA GRANULÓCITICA ASSOCIADO À LEISHMANIOSE VISCERAL. Ciência Animal, [S. l.], v. 30, n. 2, p. 130–137, 2022. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/cienciaanimal/article/view/9611. Acesso em: 24 nov. 2024.