"POLÍTICAS DO SOFRER"
LUTAS PELA DEMOCRACIA NAS GREVES BRASILEIRAS DE 1946
Palavras-chave:
Trabalhadores, Partido Comunista, Constituinte, ImprensaResumo
O fim da ditadura de Getúlio Vargas, o cenário pós-guerra e a transição política para a democracia em 1945, gerou um processo de instabilidade política e econômica que se fizeram sentir, no que a imprensa brasileira denominou como carestia da vida. Diante disso, e impulsionados por uma bandeira de democracia que promovesse um mínimo de “bem-estar social”, trabalhadores se organizaram por meio de greves, que tinham por pautas não só questões salariais, mas também melhores condições de trabalho, perseguições políticas de patrões e solidariedades à companheiros de trabalho. Naquela conjuntura de transição política, contraditoriamente, os grevistas foram espancados pela polícia, acusados de desordeiros, tratados como criminosos comunistas, que queriam desestabilizar a transição. Não obstante, eles retomaram os acordos da ata de Chapultepec, das declarações de São Francisco e do Atlântico, como modo de afirmar as greves como fundamento democrático. Ainda obtiveram apoio e rejeição de alguns parlamentares da Comissão da Constituinte 1946. Nesse sentido, este trabalho se propõe a refletir sobre o fenômeno da greve e sua relação com a fabricação do próprio conceito de democracia, em 1946. Para isso, examinamos greves locais (do Estado de Ceará) e de repercussão nacional, através de fontes hemerográficas e parlamentares (anais da Assembleia Constituinte).
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