APRESENTAÇÃO

Resumo

O número 06 da Revista História e Culturas do Mestrado Acadêmico em História e Culturas da Universidade Estadual do Ceará (MAHIS-UECE) dedica-se integralmente ao estudo da Cultura Escrita, no campo historiográfico que trata do recorte da Antiguidade e do Medievo. Apresenta, portanto, a inserção do Grupo de Pesquisa em Cultura Escrita na
Antiguidade e no Medievo/ ARCHEA/ CNPQ- UECE, ligado à Linha de Pesquisa "Memória, Oralidade e Cultura Escrita" do MAHIS-UECE, em conjunto com o Curso de Licenciatura em História/ UECE, junto à parte de sua rede acadêmica, científica e institucional com outros professores e pesquisadores de diferentes IES do país. Neste sentido, os estudos aqui apresentados objetivam contribuir para reforçar a relevância das pesquisas em História Antiga e Medieval crescentes cada vez mais no campo historiográfico brasileiro, ao contrário do que muitos pensam.
Durante muito tempo, os estudos históricos que trataram da Antiguidade e do Medievo se concentraram no eixo Sul-Sudeste do Brasil, o que favoreceu a hegemonia dos estudos locais nas demais regiões do país. Entretanto, nas últimas duas décadas, as políticas de intercâmbio acadêmico entre as IES brasileiras e as estrangeiras, sobretudo, do Velho Mundo, bem como a disponibilidade de documentação histórica em acervos online e a ampliação do mercado editorial com obras abordando este recorte, contribuíram para despertar o interesse de pesquisadores, sobretudo, do Norte, Nordeste e Centro-Oeste brasileiros, a desenvolver temas com enfoque no mundo antigo e medieval.
Entretanto, mesmo levados em conta os avanços teóricos, metodológicos e acadêmicos expostos, em muitas tradições historiográficas específicas, a exemplo de grande parte das escolas do Norte-Nordeste, ainda predominam “tabus” que não reconhecem as possibilidades da pesquisa em História Antiga e Medieval, enfatizando o caráter da pesquisa regionalista. Porém, contra essa tendência hegemônica, observa-se cada vez mais propostas monográficas ou no âmbito da pós-graduação vêm resistindo ao desafio nas disciplinas de pesquisa em história, nos encontros científicos locais, entre outros espaços institucionais.