PERFORMATIVIDADE, ROSTIDADE E (DES) CONSTRUÇÃO DAS IDENTIDADES EM MÁ EDUCAÇÃO DE PEDRO ALMODÓVAR.
Palabras clave:
Performatividade, Rostidade, IdentidadesResumen
O presente artigo objetiva analisar, à luz dos conceitos de performatividade de gênero da filósofa Judith Butler e rostidade do filósofo Gilles Deleuze, de que modo é possível desconstruir e tencionar os mecanismos que regulam as relações dos sujeitos com seus corpos, sexualidades e gêneros, ao passo que são estes elementos fundantes da lógica identitária que constrói o modelo de sujeito universal que se constitui na modernidade racionalista ocidental e alcança expressivo eco no campo da historiografia. Nesse sentido, é fundamental a crítica à identidade do sujeito moderno no contemporâneo, uma vez que esta noção cristalizada da coerência identitária justificou opressões históricas em relações a sujeitos que não se enquadram na norma. Ao considerarmos as mídias audiovisuais como discursos que constroem representações de sexo e gênero e são produtos dos acontecimentos, compreendemos que a análise da película Má Educação (2004) de Pedro Almodóvar nos direciona para pensar que outros modos de existências são possíveis bem como que tipos de representações de sexo, gênero e corpos são, hegemonicamente, veiculadas e quais são relegadas à marginalidade.