DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO VIDEOASSISTIDO DE TUMOR DE CÉLULAS DE LEYDIG EM CADELA COM SÍNDROME DO OVÁRIO REMANESCENTE
Parole chiave:
Neoplasia ovariana, ovário remanescente, videocirurgia, cãoAbstract
Neoplasias ovarianas de origem primária são incomuns em cadelas, exigindo métodos diagnósticos e terapêuticos mais precisos. Fêmeas também possuem células intersticiais secretoras de esteróides, contudo o aparecimento do tumor de células de Leydig é considerado raro. Uma cadela sem raça definida e 12 anos apresentava sinais de estro após ovariohisterectomiapré-púbere. Na avaliação ultrassonográfica, foi identificada uma massa localizada na região abdominal lateral direita, sugestiva de ovário remanescente. Durante a inspeção laparoscópica foi identificada a massa distante caudalmente do coto ovariano direito, inserida em região de mesentério jejunal. O segmento intestinal foi apreendido e exteriorizado de maneira videoassistida, optando-se pela remoção do tumor associado à enterectomia do segmento afetado. A avaliação do coto ovariano esquerdo, revelou um cisto de 0,5cm de diâmetro que também foi removido. A análise histopatológica foi sugestiva de neoplasia de células intersticiais (tumor de células de Leydig) e um cisto epitelial ovariano. O tumor de células de Leydig é relatado com freqüência em machos, entretanto, sua aparição em fêmeas é considerada extremamente incomum acometendo principalmente animais não esterilizados. A neoplasia não aderida ao coto ovariano comprova ainda que resquícios de tecido ovariano que porventura fiquem livres na cavidade abdominal podem ser responsáveis pelo desenvolvimento da síndrome do ovário remanescente e neoplasias. O prognóstico para neoplasias ovarianas sem metástases é favorável, principalmente quando aplicada a intervenção cirúrgica como método terapêutico. O uso da videocirurgia para auxiliar no diagnóstico e tratamento demonstrou-se adequado para o caso descrito, mas que deve ser complementado pela análise histopatológica.
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