USO DE EXTRATOS DE POLISSACARÍDICOS DA PLANTA MEDICINAL CAESALPINEA FERREA NA ESTIMULAÇÃO DO EDEMA NA PATA DE RATOS
Palavras-chave:
Caesalpinioideae, Polissacarídeos vegetais, InflamaçãoResumo
O sistema imune inato é capaz de promover respostas inflamatórias imediatas a lesões e atua como mecanismo inicial de defesa no corpo, estando seus defeitos associados a respostas exacerbadas, como na asma, ou a deficiências que levam a infecções graves, de aparecimento rápido. Assim, um melhor entendimento do processo inflamatório, bem como a utilização de moléculas modulatórias é de extrema importância. Polissacarídeos de plantas são reconhecidos por suas atividades antiviral, antitumoral, imunoestimulante, anti-inflamatória e anticoagulante. O extrato polissacarídico da casca de Caesalpinia ferrea (Caesalpinioideae), planta muito utilizada na medicina popular, possui efeito cicatrizante de feridas. O presente estudo avaliou a atividade inflamatória de extratos polissacarídicos obtidos da casca (EPC), vagens (EPV) e folhas (EPF) de Caesalpinia ferrea. A planta foi coletada em Custódio, município de Quixadá-CE, para extração dos polissacarídeos. Casca, vagens e folhas foram suspensas em metanol, ressuspensas em NaOH (0,1 M), neutralizadas com HCl (1 M) e avaliadas quanto aos teores de carboidrato e proteína. EPC, EPV e EPF foram testados em ratos Wistar fêmeas (150-250g) no modelo de edema de pata, induzido pela administração subcutânea (s.c.) intraplantar de dextrana (300 µg), carragenana (300 µg) ou dos extratos polissacarídicos (0,01, 0,1 e 1 mg/kg), e mensurado por plestismometria (0-8 horas). Os extratos polissacarídicos apresentaram elevado teor de carboidratos (EPC: 44%; EPV: 31%; EPF: 44%) e atividade edematogênica, com maior eficácia na dose de 1 mg/kg: EPC (0,75±0,05 mL vs. salina: 0,45±0,04 mL); EPV (0,46±0,06 mL; vs salina: 0,16±0,02 mL); EPF (0,3±0,01 mL; salina: 0,18±0,02 mL). Além disso, o efeito edematogênico apresentado pelos extratos foram inferiores aos dos induzidos pelos agentes flogísticos carragenana e dextrana: EPC: 1,5x vs. carragenana (93,7±6,1) e 1,2x vs. dextrana (76,5±5,0); EPV: 1,6x vs. carragenana (82,5±6,1) e 3,9x vs. dextrana (76,5±5,0); EPF: 2,8x vs. carragenana (93,7±6,1) e 2,1x vs. dextrana (76,5±5,0). Conclui-se que EPC, EPV e EPF apresentam efeito edematogênico em grau diferenciado em ratos, sendo o do EPF de menor intensidade, sugerindo seu uso como imunoestimulante.
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