Trabalhadores do barro

condição operária, precariedade e astúcias dos “Peões De Cerâmica” na região Baixo Jaguaribe, CE (1964-2010)

Autores

  • Francisco de Assis Mendes Universidade Federal do Ceará - UFC

Palavras-chave:

Atividade ceramista, Trabalho, Precariedade, Astúcias

Resumo

A produção de cerâmica constitui-se como tradição nas ribeiras do Rio Jaguaribe, no Ceará, remontando as populações indígenas que habitavam esse espaço. Ao longo do tempo essa atividade foi desenvolvida por artesãos, oleiros e operários, esses últimos no âmbito das fábricas de telhas e tijolos que surgiram a partir da década de 1960. Utilizando como fontes relatos orais de ex-operários do setor ceramista, além de processos trabalhistas, esse texto tem por objetivo refletir sobre as experiências dos peões de cerâmica, forma como são comumente chamados esses trabalhadores. Entre outras informações, essas duas tipologias de fontes expõem a negação de direitos e exploração, reconstituem as funções que os sujeitos desempenhavam, as jornadas exaustivas e condições do ambiente de trabalho. Nesse contexto procuramos analisar a precariedade que se apresentava nas condições materiais de trabalho ou na fragilidade dos vínculos informais, assim, refletimos sobre as formas de exploração, além das diversas circunstâncias nas quais a saúde e a integridade do corpo eram colocadas em risco. Por fim, registramos as formas como esses trabalhadores davam respostas a tais situações, seja através de astúcias no cotidiano da fábrica ou reclamando direitos na Justiça do Trabalho.

Biografia do Autor

Francisco de Assis Mendes, Universidade Federal do Ceará - UFC

Estudantes e professores das universidades, escolas e público em geral.

Referências

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Publicado

2023-12-08

Como Citar

MENDES, F. de A. Trabalhadores do barro: condição operária, precariedade e astúcias dos “Peões De Cerâmica” na região Baixo Jaguaribe, CE (1964-2010). CENTÚRIAS - Revista Eletrônica de História, Limoeiro do Norte, v. 1, n. 3, p. 93–106, 2023. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/centurias/article/view/11403. Acesso em: 5 maio. 2024.