Esmiuçando o inimigo

a construção midiática dos “Fanáticos Canudenses” durante a Guerra de Canudos (1896-1897)

Autores

Palavras-chave:

Fanáticos, Guerra de Canudos, Imprensa, Representações, República

Resumo

A Guerra de Canudos (1896-1897), um dos maiores conflitos já deflagrados em território brasileiro, foi travada entre os seguidores do peregrino Antônio Vicente Mendes Maciel, conhecido como Antônio Conselheiro, e os batalhões governistas enviados pela República. Em meio a uma conjuntura sócio-política que ainda engatinhava dada a herança de séculos de um sistema escravista seguido pela ruptura institucional promovida pelos militares que proclamaram a República em 1889, o conflito ocorrido nas dependências da localidade de Belo Monte assolou a habitual vida dos brasileiros que, utilizando-se principalmente das notícias veiculadas pela mídia impressa, acompanharam o “surgimento” daquele que seria, até então, o pior dos inimigos da República, o “fanático”, ou melhor, o “fanático monarquista”. O presente trabalho pretende ser um estudo sobre as publicações que levaram a produção e veiculação das representações do “fanático canudense”, aquele que habitaria o Arraial de Canudos. Neste artigo, pretendo fazer uma análise das matérias, manchetes e caricaturas veiculadas pelos jornais O PAIZ e a Gazeta da Tarde, ambos periódicos do Rio de Janeiro, onde espera-se responder aos questionamentos sobre as características dos supostos “fanáticos”, assim como suas relações para com os remanescentes monarquistas revanchistas.

Referências

ALBUQUERQUE JR., Durval Muniz de. A Invenção do nordeste e outras artes. São Paulo: Cortez, 2011.

BOURDIEU, Pierre. O Poder Simbólico. Trad. Fernando Tomaz. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001.

BRASIL, Bruno. O PAIZ. BNDigital. Disponível em: Acesso em: 20, agosto de 2021.

CHARAUDEAU, Patrick. Discurso das Mídias. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2015.

CHARTIER, Roger. A história cultural: entre práticas e representações. Trad. de Maria Manuela Galhardo. Lisboa: Difusão Editora, 2002.

CUNHA, Euclides da. Os Sertões. Rio de Janeiro: Ediouro, 2003.

FACÓ, Rui. Cangaceiros e Fanáticos. 3. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1972. FREIXINHO, Nilton. O sertão arcaico do nordeste do Brasil: Uma releitura. Rio de Janeiro: Imago, 2003.

MENEZES, Eduardo Diatahy de. Ariano Suassuna e o imaginário popular do sertão.

Fortaleza: Revista do Instituto do Ceará, 2012, p. 73-88.

SILVA, Lemuel Rodrigues da. O discurso religioso no processo migratório para o caldeirão do beato José Lourenço. 2009. 224 f. Tese (Doutorado em Desenvolvimento Regional. Cultura e Representações) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2009.

SANTOS, Arthur Ebert Dantas dos. Entre Canhões, Cruzes e Palavras: representações da Guerra de Canudos na imprensa do Rio de Janeiro (1896-1897). Monografia (Trabalho de conclusão de curso – Licenciatura em História) – Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Mossoró, 2021.

SOUZA, Antônio Candido de Mello e. Os parceiros do rio bonito: estudo sobre o caipira paulista e a transformação dos seus meios de vida. Livraria Duas Cidades/Editora 34, São Paulo, 2001.

Downloads

Publicado

2023-12-08

Como Citar

SANTOS, A. E. D. dos. Esmiuçando o inimigo: a construção midiática dos “Fanáticos Canudenses” durante a Guerra de Canudos (1896-1897). CENTÚRIAS - Revista Eletrônica de História, Limoeiro do Norte, v. 1, n. 3, p. 141–152, 2023. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/centurias/article/view/10796. Acesso em: 5 maio. 2024.