Sedução, virtude moral e fé como “salto qualitativo” em Kierkegaard: o existente singular entre a possibilidade, a realidade e o absoluto

Autores/as

  • Luiz Carlos Mariano Da Rosa Centro Universitário Claretiano de Batatais - CEUCLAR - SP

Palabras clave:

Kierkegaard. Fé. Relação absoluta com o Absoluto. Suspensão teleológica do ético. Espiritualidade individual.

Resumen

Caracterizando a existência como um processo de escolha e decisão que converge para a constituição do sujeito como tal, Kierkegaard atribui à existência a condição de um projeto em uma construção que encerra diferentes possibilidades existenciais fundamentais, como os estádios estético, ético e religioso. Dessa forma, o artigo assinala que, constituindo-se uma dimensão em cujo estádio a procura do sentido ou a busca do absoluto circunscreve-se à imanência, o modo existencial estético caracteriza-se como a fruição da subjetividade consigo própria através do instante do prazer sensual em um movimento que implica a sedução como esforço de conquista de si que, contudo, escapa ao seu poder em uma relação que converge para o desespero, haja vista que a renovação de forma indefinida da condição originária do amor esgota-se na generalização. E se o estágio ético encerra a integração na comunidade social através da institucionalização da repetição como um modo de vida baseado na objetividade e na racionalidade, a conformação do sujeito ao modus vivendi e ao modus essendi do geral implica a harmonização da sua subjetividade com a generalidade do bem e do mal por meio de um processo que torna-se incapaz de resolver a questão da sua desordem existencial. Assim sendo, o artigo mostra que, se a virtude moral que o ético impõe converge para a impossibilidade de superação do desespero que caracteriza a busca do absoluto na imanência, a atitude religiosa, abdicando da realidade em sua totalidade finita em função da relação absoluta com o Absoluto, demanda a suspensão teleológica do ético e tende a instaurar a autenticidade existencial através de um movimento que mantém correspondência com a fé como o “salto” que implica a consciência de si em sua singularidade e a espiritualidade individual.

Biografía del autor/a

Luiz Carlos Mariano Da Rosa, Centro Universitário Claretiano de Batatais - CEUCLAR - SP

Graduado em Filosofia pelo Centro Universitário Claretiano de Batatais (CEUCLAR - SP) e graduado em Teologia pela Universidade Estácio de Sá (UNESA - RJ), pós-graduado em Filosofia pela Universidade Gama Filho (UGF - RJ) e pós-graduado em Ciências da Religião pela Universidade Cândido Mendes (UCAM - RJ), Luiz Carlos Mariano Da Rosa é professor-pesquisador e filósofo-educador no Espaço Politikón Zôon - Educação, Arte e Cultura (EPZ - SP), tendo como objeto de interesse a construção do conhecimento e à inter-relação que envolve as formas simbólicas constitutivas da 'realidade' humana, além dos princípios capazes de assegurar uma sociedade igualitária e uma ordem política baseada no interesse comum.

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Publicado

2024-09-04

Cómo citar

Rosa, L. C. M. D. (2024). Sedução, virtude moral e fé como “salto qualitativo” em Kierkegaard: o existente singular entre a possibilidade, a realidade e o absoluto . Occursus - Revista De Filosofia, 4(1 - Jan./Jun.), 36–64. Recuperado a partir de https://revistas.uece.br/index.php/Occursus/article/view/13887