Friedrich Nietzsche e a imaginação como interpretação das sensações e suas implicações nos sonhos de Zaratustra

Autores/as

  • Leonardo Souza dos Santos Faculdade Santa Marcelina - FSM e Universidade Católica de São Paulo - PUC

Palabras clave:

Imaginação. Imagem. Conhecimento. Nietzsche. Zaratustra

Resumen

Esse trabalho desenvolve uma investigação sobre o conceito de imaginação nos aforismos escritos esparsamente por Friedrich Nietzsche (1844-1900). O filósofo não escreveu um livro ou um conceito unívoco, mas muitos aforismos oferecem explicações sobre o tema. A imaginação atribui causalidade à sensação corporal e quase que instantaneamente ocorre uma inversão temporal (ou sucessão invertida): como se o motivo da excitação nervosa fosse a causalidade oferecida pelo imaginário, a sensação corpórea é dominada pelo sentido atribuído. Para interpretar a sensação corporal como causalidade as imagens adquiridas de impressões recentes são fornecidas, de maneira que o indivíduo acredita experienciar primeiro as circunstâncias ocasionadoras do passado próximo transformado em presente e depois a sensação que lhe ocorre. A imaginação inibe a investigação das causas que realmente excitam o sistema nervoso para eliminar os estados penosos do corpo e habituar as interpretações acerca dos acontecimentos. Para Nietzsche, a íntima felicidade ou miséria do indivíduo está nos motivos que os instintos se habituaram a acreditar. Essa pesquisa, após um desenvolvimento do conceito de imaginação, busca verificar alguns usos nas obras (e.g., Assim falou Zaratustra, magnanimidade) e investigar a relação entre imaginação e conhecimento, privilegiando a beleza na percepção que o corpo tem de si mesmo.

Biografía del autor/a

Leonardo Souza dos Santos, Faculdade Santa Marcelina - FSM e Universidade Católica de São Paulo - PUC

O pesquisador Leonardo Souza dos Santos concluiu a graduação em Música na Faculdade Santa Marcelina em 2016, com trabalho de conclusão de curso em Bento Espinosa, assim como a graduação e o mestrado em Filosofia na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo em 2019, com dissertação em Paul B. Preciado e trabalho de conclusão de curso em Friedrich Nietzsche. Atualmente (2020) cursa Licenciatura em Filosofia na Rede de Educação Claretiano.

 

Citas

FOUCAULT, Michel. História da sexualidade 3: o cuidado de si. Tradução por: Maria Thereza da Costa Albuquerque. São Paulo: Paz & Terra, 2014.

DESCARTES, René. “Meditações”. Os pensadores. Tradução por: Enrico Corvisieri. São Paulo: Nova Cultural, 1999.

NIETZSCHE, Friedrich. Além do bem e do mal: prelúdio a uma filosofia do futuro. Tradução por: Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das letras, 2005a.

NIETZSCHE, Friedrich. Humano, demasiado humano: um livro para espíritos livres. Tradução por: Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das letras, 2005b.

NIETZSCHE, Friedrich. O nascimento da tragédia: ou Helenismo e Pessimismo. Tradução por: J. Guinsburg. São Paulo: Companhia das letras, 2007.

NIETZSCHE, Friedrich. A filosofia na era trágica dos gregos. Tradução por: Fernando R. de Moraes Barros. São Paulo: Hedra, 2008a.

NIETZSCHE, Friedrich. Ecce homo: como alguém se torna o que se é. Tradução por: Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das letras, 2008b.

NIETZSCHE, Friedrich. Humano, demasiado humano II: um livro para espíritos livres. Tradução por: Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das letras, 2008c.

NIETZSCHE, Friedrich. Assim falou Zaratustra: um livro para todos e para ninguém. Tradução por: Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das letras, 2011.

NIETZSCHE, Friedrich. A gaia ciência. Tradução por: Paulo Cesar de Souza. São Paulo: Companhia das letras, 2012.

NIETZSCHE, Friedrich. Aurora: reflexões sobre preconceitos morais. Tradução por: Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia de bolso, 2016a.

NIETZSCHE, Friedrich. O Anticristo: maldição ao cristianismo; Ditirambos de Dionísio. Tradução por: Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia de bolso, 2016b.

NIETZSCHE, Friedrich. Crepúsculo dos ídolos: ou como se filosofa com o martelo. Tradução por: Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia de bolso, 2017.

PLATÃO. A República: ou sobre a justiça, diálogo político. Tradução por: Anna Lia Amaral de Almeida Prado. 2a ed. São Paulo: Martins Fontes, 2014.

VEYNE, Paul. Os gregos acreditavam em seus mitos?: ensaio sobre a imaginação constituinte. Tradução por: Mariana Echalar. São Paulo: Unesp, 2014.

Publicado

2024-07-15

Cómo citar

Santos, L. S. dos. (2024). Friedrich Nietzsche e a imaginação como interpretação das sensações e suas implicações nos sonhos de Zaratustra. Occursus - Revista De Filosofia, 5(1 - Jan./Jun.), 313–337. Recuperado a partir de https://revistas.uece.br/index.php/Occursus/article/view/13500