O mundo inteiro é um palco e toda a vida é um espetáculo: a dimensão barroca do pensamento de Guy Debord

Autores/as

  • Inácio José de Araújo da Costa Universidade Federal do Ceará - UFC

Palabras clave:

Debord. Espetáculo. Barroco. Theatrum-mundi. Teoria crítica.

Resumen

O presente trabalho consiste numa reflexão sobre a presença da cosmovisão barroca na teoria crítica de Guy Debord sobre a sociedade moderna como espetáculo. Para o teórico francês — que propôs o conceito de espetáculo para definir o estágio da civilização no qual a economia passou a determinar todos os aspectos da vida —, a temporalidade, a finitude de todas as coisas e a banalidade da vida se mostraram fatores decisivos para sua compreensão da sociedade capitalista moderna. Procuramos destacar que a crítica de Debord ao capitalismo é orientada por uma perspectiva da realidade profundamente influenciada pelo barroco.

Biografía del autor/a

Inácio José de Araújo da Costa , Universidade Federal do Ceará - UFC

Mestre em Filosofia pelo Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal do Ceará (UFC), graduado em Filosofia pela mesma instituição. E-mail para contato: inaciojosecosta@gmail.com

Citas

AQUINO, João Emiliano Fortaleza de. Reificação e linguagem em Guy Debord. Fortaleza: EdUECE, 2006.

BENJAMIN, Walter. Rua de Mão Única: Obras escolhidas. 5ª reimpressão. São Paulo: Brasiliense, 2011.

CALDERÓN DE LA BARCA, Pedro. A vida é sonho. Tradução de Renata Pallottini. São Paulo: Hedra, 2009.

CALDERÓN DE LA BARCA, Pedro. El gran teatro del mundo; El gran mercado del mundo. 24ª édición. Madrid: Ediciones Cátedra, 2019.

COSTA, Inácio José de Araújo da. Guy Debord e o caráter fetichista da imagem na sociedade do espetáculo. In: SILVA, Francisca Galiléia P. da; ARAÚJO, Hugo Filgueiras de; SILVA, Francisco Amsterdan Duarte da; BANDEIRA, Francisco Dário de Andrade (Orgs.). Pilares da Filosofia: estudos acerca da ética, política, linguagem, conhecimento e ensino de filosofia. Porto Alegre, RS: Editora Fi, 2020.

COSTA, Luiz Paulo Silva. Teatro de Operações Militares Conjunto: Definição de Espaço Geográfico. Revista das Ciências Militares. V.8. n.33. p. 195-203. Rio de Janeiro. 2014

CICERO, Antonio. A falange das máscaras de Waly Salomão. In: Finalidades sem fim: ensaios sobre poesia e arte. São Paulo: Companhia das Letras, 2005, p. 31-53.

DEBORD, Guy. Movemo-nos na noite sem saída e somos devorados pelo fogo. Tradução de Júlio Henriques. 2ª ed. Lisboa: Fenda Edições, 1995.

DEBORD, Guy. Guy Debord présente Potlatch (1954-1957). Paris: Gallimard, 1996.

DEBORD, Guy. A sociedade do espetáculo; Comentários sobre a sociedade do espetáculo. Tradução de Estela dos Santos Abreu. Rio de Janeiro: Contraponto, 1997.

DEBORD, Guy. Panegírico. Tradução de Edison Cardoni. São Paulo: Conrad Editora do Brasil, 2002.

DEBORD, Guy. Relatório sobre a construção de situações e sobre as condições de organização e de ação da tendência situacionista internacional. In: JACQUES, Paola Berenstein (org.). Apologia da deriva: escritos situacionistas sobre a cidade. Tradução de Estela dos Santos Abreu. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2003, p. 43-59.

DEBORD, Guy. Œuvres. Paris: Gallimard, coll. Quarto, 2006.

D’ORS, Eugenio. Lo barroco. Madrid: Tecnos, 1993.

HOBSBAWM, Eric. Tempos fraturados. Tradução de Berilo Vargas. 1ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.

HUIZINGA, Johan. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. Tradução de João Paulo Monteiro. São Paulo: Perspectiva, 2014.

INTERNACIONAL SITUACIONISTA. A miséria do meio estudantil. In: Situacionista: teoria e prática da revolução. Trad. Francis Wuillaume e Leo Vinicius. São Paulo: Conrad Editora do Brasil, 2002, p. 25-57.

INTERNACIONAL SITUACIONISTA. Contribuição para uma definição situacionista de jogo. In: JACQUES, Paola Berenstein (org.). Apologia da deriva: escritos situacionistas sobre a cidade. Tradução de Estela dos Santos Abreu. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2003, p. 60-61.

INTERNACIONAL SITUACIONISTA. Questões preliminares à construção de uma situação. In: JACQUES, Paola Berenstein (org.). Apologia da deriva: escritos situacionistas sobre a cidade. Tradução de Estela dos Santos Abreu. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2003, p. 62-63.

JAPPE, Anselm. Guy Debord. Tradução de Iraci D. Poleti. Petrópolis, RJ: Vozes, 1999.

KAUFMANN, Vincent. Guy Debord: Revolution in the service of poetry. Translation by Robert Bononno. Minneapolis: University of Minnesota Press, 2006.

LIPOVETSKY, Gilles. A felicidade paradoxal: ensaio sobre a sociedade de hiperconsumo. Tradução de Maria Lucia Machado. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

MACEDO, Gil Eduardo de Albuquerque. Theatrum Mundi: Antônio Vieira e a comédia de Deus. Revista Espacialidades, v. 7, n. 01, p. 239-267, 20 dez. 2014.

MARX, Karl. A miséria da filosofia. Tradução de José Paulo Netto. São Paulo: Global, 1985.

MARX, Karl. O Capital: Crítica da economia política. Livro I: O processo de produção do capital. Tradução de Rubens Enderle. 2 ed., São Paulo: Boitempo, 2017.

MATOS, Olgária Chain Féres. Guy Debord: Theatrum Mundi e os palíndromos do tempo. Limiar, São Paulo, v. 1, jan/jun 2013, p. 1-11. Disponível em: <http://www2.unifesp.br/revistas/limiar/pdf-nr1/olgaria_limiar_1.pdf>. Acesso em: 01 set. 2020.

MERRIFIELD, Andy. Guy Debord. London: Reaktion Books, 2005.

PERNIOLA, Mario. Los Situacionistas: Historia crítica de la última vanguarda del siglo XX. 1ª ed. Traducción de Álvaro Garcia-Ormaechea. Madrid: Acuarela & A. Machado, 2008.

SHAKESPEARE, William. Tragédias e comédias sombrias. Tradução de Barbara Heliodora. São Paulo: Editora Nova Aguilar, 2016a.

SHAKESPEARE, William. Comédias e romances. Tradução de Barbara Heliodora. São Paulo: Editora Nova Aguilar, 2016b.

SHAKESPEARE, William. Peças históricas. Tradução de Barbara Heliodora. São Paulo: Editora Nova Aguilar, 2016c.

SHAKESPEARE, William. Como gostais; Conto de inverno. Porto Alegre: L&PM, 2017.

TRUDEL, Alexandre. Une sagesse qui ne vient jamais: esthétique, politique et personnalité dans l’œuvre de Guy Debord. Thèse de Philosophiæ Doctor (Ph.D) en littérature. Département de littérature comparée - Faculté des arts et sciences, Université de Montréal, 2010.

VANEIGEM, Raoul. A arte de viver para as novas gerações. Tradução de Leo Vinícius. São Paulo: Conrad Editora do Brasil, 2002.

ZACARIAS, Gabriel Ferreira. Expérience et représentation du sujet: une généalogie de l’art et de la pensée de Guy Debord. (Doctorat en littérature générale et comparée/ esthétique) – Erasmus Mundus Joint Doctorate Cultural Studies in Literary Interzones, Université de Perpignan Via Domitia / Université de Bergamo, Perpignan, 2014.

ZACARIAS, Gabriel Ferreira. Guy Debord e a poesia de In girum imus nocte et consumimur igni. Manuscrítica – Revista de Crítica Genética, n. 25, 2013, p. 107- 121.

Publicado

2024-05-05

Cómo citar

Araújo da Costa , I. J. de. (2024). O mundo inteiro é um palco e toda a vida é um espetáculo: a dimensão barroca do pensamento de Guy Debord. Occursus - Revista De Filosofia, 5(2 - Jul./Dez.), 301–328. Recuperado a partir de https://revistas.uece.br/index.php/Occursus/article/view/12963