Leveza e resistência segundo Nietzsche:
como dizer sim à vida?
Palabras clave:
Devir. Sofrimento. Afirmação. Caos. Mudança.Resumen
Em Genealogia da Moral, o filósofo Friedrich Nietzsche (1844-1900) argumenta que o sofrimento se afigura como uma das causas pelas quais os homens recusam a vida, marcada pelo caos e pela mudança. Para o filósofo, esse medo do sofrimento torna os homens presas das religiões e dos sacerdotes, que reforçam suas fraquezas, imputando-lhes carências e os envenenando com promessas de felicidade em uma vida e em um mundo por vir. Para Nietzsche, o sofrimento, em alguns casos, é a razão pela qual os homens se recusam a afirmar a vida, dado que o sofrimento os faz repelir os aspectos mais aterradores dela, tais como: a mudança ininterrupta de todas as coisas ou a ausência de sentido para a existência humana. Opondo-se a essa inaptidão, não natural, mas produzida pela cultura, pela sociedade e pelas religiões, o filósofo considera que é possível romper com as ideias, os valores e lutar contra as instituições que produzem e sustentam a fraqueza e a inaptidão do homem para a vida. De modo geral, Nietzsche apresenta um projeto filosófico que propõe uma aceitação ilimitada da vida, à qual é viável desde que se trate o sofrimento como oportunidade de crescimento e a ausência de sentido da existência, como possibilidade de criação. Portanto, se objetiva aqui demonstrar como a filosofia de Nietzsche, para além de destruir dogmas e ídolos, apresenta caminhos para que o homem se torne leve e resistente na vida e no devir, crescendo com os obstáculos e com as adversidades, superando as ideias e os valores que os enfraquece ou que reduz sua aptidão para a vida.
Citas
DIAS, Rosa Maria. Nietzsche, a vida como obra de arte. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011.
GEN, Grupo de Estudos Nietzsche. Dicionário Nietzsche. São Paulo: Loyola, 2016.
GRAVES, Robert. Os mitos gregos. v. 1. Tradução de Fernando Klabin. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2018.
MACHADO, Roberto. Nietzsche e a verdade. 3. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2017.
MONTEBELLO, Pierre. O mundo na Terra. Tradução de Fabio Stieltjes Yasoshima. ed.1. São Paulo: Editora Unesp, 2021.
MOSÉ, Viviane. Nietzsche Hoje: sobre os desafios da vida contemporânea. 1. ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2018.
NEPOMUCENO, Bruno. Nietzsche e a gargalhada dionisíaca: filosofia do riso e do cômico. Curtitiba: Appris, 2020.
NIETZSCHE, F. A gaia ciência. Tradução de Paulo César de Souza. 1. ed. São Paulo, Companhia das Letras, 2012.
ONFRAY, Michel. A sabedoria trágica: sobre o bom uso de Nietzsche. Tradução de Carla Rodrigues. Belo Horizonte: Autêntica, 2014.
SOUZA, Mauro Araújo de. Nietzsche: viver intensamente, tornar-se o que se é. 1. ed. São Paulo: Paulus, 2009.
SOUZA, Mauro Araújo de. Nietzsche Asceta. 1. ed. Ijuí: Ed. Unijuí, 2009.
NIETZSCHE, Friedrich. Assim falou Zaratustra: um livro para todos e para ninguém. Tradução de Paulo César de Souza. 1. ed. São Paulo: Companhia de Bolso, 2018.
NIETZSCHE, Friedrich. Ecce Homo: como alguém se torna o que é. Tradução de Paulo César de Souza. ed. 1. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
NIETZSCHE, Friedrich. Genealogia da moral. Tradução de Paulo César de Souza. ed. 1. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
NIETZSCHE, Friedrich. Genealogia da moral. Tradução de Mário Ferreira dos Santos. ed. 1. Rio de Janeiro: Vozes, 2017.
NIETZSCHE, Friedrich. O nascimento da tragédia: ou Helenismo e Pessimismo. Tradução de J. Guinsburg. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 1969 André Pereira da Silva
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.