Por que não devemos nos deixar levar pela opinião da maioria? Um breve estudo sobre o Críton de Platão

Autores

  • Marcílio Bezerra Cruz Universidade Federal de Pernambuco - UFPE
  • Marciano Romualdo Araújo Cavalcanti Universidade Federal de Pernambuco - UFPE

Palavras-chave:

Filosofia. Ética. Platão. Críton. Autonomia.

Resumo

 O referente artigo objetiva analisar as temáticas trabalhadas por Platão no diálogo Críton, que ficou conhecido como a obra dedicada ao estudo do dever. Nele, tomaremos como ponto de partida a censura de Sócrates ao enaltecimento da “opinião da maioria”, bem-quista e empregada por Críton ao decorrer de todo o diálogo. Abordaremos como Platão, mais uma vez, utiliza o evento da morte de Sócrates para pôr em xeque a tradição que, sem fazer o bom uso do lógos, tropeça em grandes contradições. Depois, a partir do argumento de que “não devemos cometer injustiça em hipótese alguma”, investigaremos como o diálogo parece caminhar em direção ao fato de que sempre precisamos seguir as leis, mesmo que os homens façam mau uso delas. O que permanece, portanto, é a crítica de Platão a democracia e como ela não é capaz de sustentar (como propõe) uma injustiça igual para todos. Por fim, tentaremos deixar explícito que a pretensão de Platão no Críton parece ser a de fortalecer a mensagem do seu mestre de que não vale a pena viver uma vida sem reflexão.

Biografia do Autor

Marcílio Bezerra Cruz , Universidade Federal de Pernambuco - UFPE

Graduado em Licenciatura em Filosofia pela Universidade Federal de Pernambuco. Graduando em Bacharelado em Biblioteconomia e Mestrando em Filosofia pela mesma instituição.

Marciano Romualdo Araújo Cavalcanti, Universidade Federal de Pernambuco - UFPE

Graduando em Licenciatura em Filosofia pela Universidade Federal de Pernambuco.

Referências

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Publicado

2024-07-09

Como Citar

Cruz , M. B., & Cavalcanti, M. R. A. (2024). Por que não devemos nos deixar levar pela opinião da maioria? Um breve estudo sobre o Críton de Platão. Occursus - Revista De Filosofia, 3(1 - Jan./Jun.), 77–92. Recuperado de https://revistas.uece.br/index.php/Occursus/article/view/12942