Obrigação, emoção e razão:
a unidade complexa da moral de Bergson
Palavras-chave:
Moral fechada. Moral aberta. Obrigação. Emoção. Razão.Resumo
Foi apenas em sua última obra importante, As duas fontes da moral e da religião, que Bergson se ocupou da moral por ela mesma. Mesmo assim, ele não a tratou separadamente, como já indica o título da obra: apenas o primeiro capítulo, “A obrigação moral”, é-lhe explicitamente dedicado. Além disso, nesse mesmo capítulo, trata-se para Bergson de relacionar a “moral” com “fontes” que lhe são exteriores e que serão ambas relacionadas com a “vida”. O lugar ao mesmo tempo tardio e parcial da moral na obra de Bergson nos remete, portanto, de saída, à questão de sua autonomia em sua filosofia mesma: entre “fontes” biológicas que parecem fundá-la e uma “religião” que parece realizá-la, será que a moral que seus leitores podiam esperar desde seu primeiro livro, Ensaio sobre os dados imediatos da consciência, cujo terceiro capítulo era dedicado à liberdade, teria uma verdadeira unidade de significação? Haverá, propriamente falando, uma “filosofia moral” de Bergson?
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