Friedrich Nietzsche e a imaginação como interpretação das sensações e suas implicações nos sonhos de Zaratustra
Palavras-chave:
Imaginação. Imagem. Conhecimento. Nietzsche. ZaratustraResumo
Esse trabalho desenvolve uma investigação sobre o conceito de imaginação nos aforismos escritos esparsamente por Friedrich Nietzsche (1844-1900). O filósofo não escreveu um livro ou um conceito unívoco, mas muitos aforismos oferecem explicações sobre o tema. A imaginação atribui causalidade à sensação corporal e quase que instantaneamente ocorre uma inversão temporal (ou sucessão invertida): como se o motivo da excitação nervosa fosse a causalidade oferecida pelo imaginário, a sensação corpórea é dominada pelo sentido atribuído. Para interpretar a sensação corporal como causalidade as imagens adquiridas de impressões recentes são fornecidas, de maneira que o indivíduo acredita experienciar primeiro as circunstâncias ocasionadoras do passado próximo transformado em presente e depois a sensação que lhe ocorre. A imaginação inibe a investigação das causas que realmente excitam o sistema nervoso para eliminar os estados penosos do corpo e habituar as interpretações acerca dos acontecimentos. Para Nietzsche, a íntima felicidade ou miséria do indivíduo está nos motivos que os instintos se habituaram a acreditar. Essa pesquisa, após um desenvolvimento do conceito de imaginação, busca verificar alguns usos nas obras (e.g., Assim falou Zaratustra, magnanimidade) e investigar a relação entre imaginação e conhecimento, privilegiando a beleza na percepção que o corpo tem de si mesmo.
Referências
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