Por que não devemos nos deixar levar pela opinião da maioria? Um breve estudo sobre o Críton de Platão
Palavras-chave:
Filosofia. Ética. Platão. Críton. Autonomia.Resumo
O referente artigo objetiva analisar as temáticas trabalhadas por Platão no diálogo Críton, que ficou conhecido como a obra dedicada ao estudo do dever. Nele, tomaremos como ponto de partida a censura de Sócrates ao enaltecimento da “opinião da maioria”, bem-quista e empregada por Críton ao decorrer de todo o diálogo. Abordaremos como Platão, mais uma vez, utiliza o evento da morte de Sócrates para pôr em xeque a tradição que, sem fazer o bom uso do lógos, tropeça em grandes contradições. Depois, a partir do argumento de que “não devemos cometer injustiça em hipótese alguma”, investigaremos como o diálogo parece caminhar em direção ao fato de que sempre precisamos seguir as leis, mesmo que os homens façam mau uso delas. O que permanece, portanto, é a crítica de Platão a democracia e como ela não é capaz de sustentar (como propõe) uma injustiça igual para todos. Por fim, tentaremos deixar explícito que a pretensão de Platão no Críton parece ser a de fortalecer a mensagem do seu mestre de que não vale a pena viver uma vida sem reflexão.
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