in Práticas Educativas, Memórias e Oralidades
Grupo de estudos: perspectivas colaborativas ao desenvolvimento da prática educativa
Resumo
Este estudo, realizado em 2022, pautou-se em torno da perspectiva de trabalho colaborativo, e como ela repercute na prática docente. Para isso, delineou-se como objetivo geral compreender que possibilidades as experiências colaborativas vivenciadas no Grupo de Estudos de Pesquisa em Educação Saberes e Aprendizagem da Docência (GEPESAD) promovem à prática educativa, tendo em vista, um caráter formador. Para fundamentação do estudo, foram trazidos aspectos da teoria dos seguintes autores: Fiorentini (2013), Gama; Fiorentini (2009), Perelli; Garcia (2013), Farias et al (2009), Oliveira; Passos (2017). Foi utilizado o questionário como instrumento de produção coleta de dados, aplicado com professores em exercício da docência, e são integrantes do grupo de estudos supracitado, concomitantemente. Os elementos evidenciados constituem a pesquisa uma abordagem qualitativa. A perspectiva colaborativa evidenciada no grupo de estudos GEPESAD, contribui para o aprimoramento de conhecimentos e mobiliza outras aprendizagens aos professores em exercício da docência.
Main Text
1 Introdução
Compreende-se que a Universidade detém da necessidade em aproximar e integrar a teoria da prática, tendo em vista, a predominância em possibilitar a inter-relação do âmbito da Universidade ao campus de atuação profissional. Exemplo disso são os pilares propulsores da academia: a pesquisa; o ensino; e a extensão, que embasam e impulsionam essa necessidade. Mediante a esse caráter formador, a Faculdade de Educação de Itapipoca (FACEDI), busca promover por meio de grupos de estudos, a relação de licenciandos e professores da Educação Básica, propondo o desenvolvimento dos pilares da universidade citados anteriormente, com suporte nas experiências dos professores, em diálogo com os licenciados, ao partilharem objetivos similares, evidenciando uma perspectiva de trabalho colaborativo.
Nesse sentido, o foco do estudo se objetivou em compreender que possibilidades as experiências colaborativas vivenciadas no Grupo de Estudos de Pesquisa em Educação Saberes e Aprendizagem da Docência (GEPESAD) promovem à prática educativa, tendo em vista, um caráter formador. Ou seja, se buscou visualizar como esse formato de estudos propiciado pelo GEPESAD tem implicado na prática de professores em exercício do magistério, e, que participam do grupo de estudos supracitado simultaneamente.
Ao analisar um estudo realizado por Fiorentini (2013, p. 60), ele destaca que “A opção por um determinado grupo (ou querer constituir um), entretanto, é influenciada pela sua identificação com os integrantes do grupo e pela possibilidade de compartilhar problemas, experiências e objetivos comuns. [...]”. Tendo em vista esses aspectos, o GEPESAD e o coordenador imprimem a ideia de que seus integrantes são quem o fazem e o transformam, dotados de autonomia e reflexividade. A busca pela integração ao grupo consiste exclusivamente na predominância em interesses comuns, e principalmente pela promoção desse diálogo entre os licenciandos que estão em fase de formação inicial, na licenciatura e os professores em exercício da docência, em contexto escolar.
Na medida em que um professor vai relatando algum fato que ocorreu, outros acabam sendo instigados a retratar situações parecidas ou diferentes, compartilhando experiências e conhecimentos. Ao refletir sobre isso, em um estudo concretizado por Fiorentini (2013, p. 73), pontou-se que “[...] a aprendizagem é um fenômeno social que acontece mediante participação ativa e direta em práticas de comunidades sociais, independentemente de estas serem intencionalmente pedagógicas. [...]”. Ou seja, o trabalho conjunto e/ou mediação conjunta parte de um apoio mútuo. A exposição de experiências docentes é fomentada pelas teorias dos autores ou pelos próprios professores ao abordarem suas concepções, com a intensão de ajudar e serem ajudados.
A pesquisa em questão pautou-se na figura de professores em exercício do magistério e que participam do GEPESAD como sujeitos da pesquisa e de produção de saberes. Assim, sendo possível a análise empírica de como a perspectiva colaborativa como fator que impulsiona a realização das atividades no grupo, repercutem na prática pedagógica deles enquanto docentes. Para isso, foi utilizado o questionário como instrumento de produção de dados, e a contribuição da perspectiva colaborativa de Fiorentini (2013) presente na literatura. A estrutura deste escrito está elencada em seções subsequentes: a introdução, que deu ênfase aos elementos que embasaram a pesquisa de forma sintética; em seguida a metodologia, que faz uma amostragem detalhada do percurso metodológico para concretização da pesquisa; posteriormente os resultados e discussões observados e construídos durante o processo investigativo; as considerações finais; e as referências utilizadas
2 Metodologia
A investigação em pauta foi realizada no ano de 2022, a qual objetivou compreender que possibilidades as experiências colaborativas vivenciadas no Grupo de Estudos de Pesquisa em Educação Saberes e Aprendizagem da Docência (GEPESAD) promovem à prática educativa, tendo em vista, um caráter formador. Deste modo, a pesquisa circundou os princípios colaborativos destacados por Fiorentini (2013), e sua proficiência no contexto da formação do professor ao partir da análise dos participantes do Grupo de Estudos de Pesquisa em Educação Saberes e Aprendizagem da Docência (GEPESAD), dando ênfase a aqueles que já exercem o magistério. Assim tornou-se possível visualizar o panorama de contribuições que o grupo de estudos detêm para o fazer docente, partindo do pressuposto de trabalho colaborativo decorrente no mesmo.
O trabalho em questão partiu de uma revisão de literatura, tendo em vista, a necessidade de base e/ou suporte teórico, para se debruçar sobre ideias já consolidados na literatura do tema em abordagem. Os autores utilizados para fundamentar o estudo foram: Farias et al (2009), Fiorentini (2013), Gama; Fiorentini (2009), Perrelli; Garcia (2013). Além disso, como proposta de relacionar dados teóricos e empíricos, foi realizado um questionário semiestruturado contendo 06 perguntas abertas, com participantes do GEPESAD, que já exercem o magistério, já que estes já possuem experiência enquanto participantes, consequentemente propriedade de relatar como a experiência no GEPESAD implicou na sua prática.
A pesquisa consistiu em uma abordagem qualitativa, pois “Uma pesquisa qualitativa exige do pesquisador uma adaptação ao campo. Sua posição não é a de um experimentador em face de ‘objetivos’, mas a de um ator em um sistema social [...]” (ALAMI; DESJEUX; MOUSSAOUI, 2010, p. 88), sendo possível alcançar o objetivo geral da pesquisa.
A produção de dados foi possível a partir da sistematização de prazos de acordo com o dia do retorno dado pelo professor com relação ao TCLE, tendo em vista, a disponibilidade de cada um dos 05 sujeitos que concordaram em participar da pesquisa e preenchimento do questionário. Para aplicação do instrumento de produção de dados, foi elaborado o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), para situar os sujeitos sobre qual foi seu papel durante a pesquisa e os objetivos circundantes da investigação, além disso, solicitou-se o uso de nomes fictícios para preservar a identidade de cada participante. Nomes fictícios: Andressa com 2 anos de participação no GEPESAD, atua no Ensino Médio; Cícera com 3 anos e 5 meses, atua nos anos finais; Clara não lembra o tempo, atua no Ensino Médio; Lila com 3 anos e 5 meses, atua na Educação Infantil; Maria com 1 ano e 6 meses, atua nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental.
3 Resultados eDiscussões
O processo investigativo pautou-se na figura de professores em exercício do magistério e que participam do grupo de estudos GEPESAD concomitantemente, ao dar ênfase as contribuições da perspectiva colaborativa evidenciada no grupo, para a prática educativa destes professores. Para isso, o estudo consistiu em uma análise do campo teórico, tendo em vista, as contribuições presentes na literatura que discutam a temática em questão, e também aspectos do campo empírico para dialogarem entre si.
Ao partir do pressuposto de trabalho colaborativo, mediante ao estudo de Fiorentini (2013, p. 62), “[...] o grupo colaborativo deve ser flexível e estar permanentemente aberto e preparado para rever acordos. [...]”. No grupo de estudos em questão, foi determinada uma sistemática de mediação, fazendo com que todos os integrantes participem de maneira ativa e consolidem um papel e/ou postura de líder durante a explanação dos textos e dos conceitos tratados. Mediante a análise, concordou-se que “O grupo GEPESAD positivamente fortalece o que chamamos trabalho em equipe, seja em uma escola ou em outra repartição de trabalho. Por meio do grupo é perceptível novos olhares no desenvolvimento da prática profissional.” (CÍCERA). O relato evidenciado pela professora, apontou que mediante a sua experiência no magistério e a participação no grupo de estudos simultaneamente, já se deparou com alguma situação em sala de aula ou no seu ambiente de trabalho, que as aprendizagens constituídas colaborativamente no GEPESAD lhe auxiliaram no desenvolvimento.
O Grupo de Estudos de Pesquisa em Educação Saberes e Aprendizagem da Docência (GEPESAD), ao pôr em prática princípios de trabalho colaborativo, incitam aos professores-participantes de forma coletiva, retomar as teorias que contribuem para lhes fazer refletir sobre sua prática, tendo em vista, o pouco tempo em buscar formação continuada. O GEPESAD, é um caminho de grande significância de valorização desse aspecto, pois alimenta no professor o teor crítico e reflexivo, além de mantê-los atualizados sobre o que se tem de mais atual na literatura, sobre o campo da docência. Além de engendrar estratégias pedagógicas e de ação no seu ambiente de trabalho.
Ao discutir sobre trabalho colaborativo, é importante frisar como as professoras participantes da pesquisa, o conceituam. Nesse sentido, concordou-se que nada mais é do que “[...] um conjunto de distribuição de ações envolvendo diferentes membros de uma organização que seguem critérios sendo realizada em grupos [...], com objetivo de construir [...] seus projetos, ações, com intuito de colaborar com o campo de trabalho participativo. (CÍCERA). Nesse contexto, como maneira de sistematizar o trabalho do professor, o grupo age com o intuito de contribuir para o amadurecimento profissional, incitando a elaboração de uma perspectiva de formação inovadora, integrando teoria e prática, em contexto de práxis.
Em um estudo realizado por Oliveira e Passos (2017, p. 195), destacou-se que “Quando o professor participa de um grupo de estudos, ele é levado a uma análise mais sistemática de suas práticas, o que lhe possibilita identificar problemas e perceber a necessidade de mudança [...]”. Nesse sentido, intui-se a organização do processo formativo docente a partir de olhar em que o ensino e a aprendizagem oportunizem a troca de experiências, a dialogicidade e a construção de saberes, tendo em vista, que a formação é contínua e inconclusa.
O trabalho colaborativo desenvolvimento no GEPESAD, desde o ano de 2017, ano da criação dele, tem notável contribuição formativa para além do ambiente da sala de aula, tendo em vista, a relação entre o corpo docente e o planejamento na escola. Mediante o relato de uma das professoras ela destacou que:
Para dialogar com a professora, em um dos periódicos de Gama e Fiorentini (2009, p. 444) destacam que é “[...] no conhecimento em ação, nas reflexões e análises do professor sobre a prática e nas narrativas que escreve sobre a prática. Essas iniciativas estão centradas na ajuda aos professores, explorando problemas da prática que não podem ser resolvidos pela aplicação de teorias estabelecidas e pela reconsideração de suas próprias suposições e raciocínios. [...]”. O modo de como ocorre as atividades do grupo de estudos supracitado nesse estudo possui elementos que se aproximam da concepção apresentada, a explanação dos conteúdos pelos participantes-mediadores, que decorre de uma socialização mais aprofundada, incitadas pelas teorias e pelo relato de experiências de professores sobre alguma situação decorrente na sua sala de aula e/ou ambiente de trabalho, quem mantém relação com o conteúdo apresentado.
O GEPESAD instiga aos seus participantes o diálogo, o respeito mútuo em relação a participação e a concepção de todos, e busca exatamente a troca de saberes diversos de professores com experiências formativas de sala de aula diversificadas. Ao articular com campo teórico Gama e Fiorentini (2009, p. 443) destacam que “[...] é no exercício da profissão que se consolida o processo de vir a ser professor, caracterizando se por uma vasta gama de aprendizagens nas quais se mesclam diferentes tipos de saberes. [...]”. O GEPESAD detém exclusivamente de um âmbito de articulação de saberes diferentes que se combinam, ou seja, por meio de um intercâmbio entre teoria e prática de maneira colaborativa, são evidenciadas perspectivas distintas que acabam auxiliando uns aos outros durante a sua prática pedagógica, e/ou os fazendo refletir a partir disso.
A sistemática utilizada no grupo de estudo embasada em experiências colaborativas possui elementos de relevância para os professores participantes, ou seja, auxilia na ação e reflexão da própria prática na sala de aula, e principalmente o fazer docente para além desse espaço, mas também se estendendo ao planejamento, reuniões, dentre outros espaços em que se dê voz e vez a este. De acordo com um estudo realizado por Farias e seus colaboradores (2009, p. 50) “[...] Ensinar, por sua vez, significa aproximar o que se é e o que se sabe daquilo que se pode vir-a-ser e a conhecer. [...]”. Respectivamente a prática do professor em sala está propícia a mudanças por meio daquilo que tem dado certo e o que não tem. O GEPESAD abre um espaço para partilha desses aspectos, mobilizando saberes diversos e caminhos diferentes de reflexão com base em cada posicionamento.
Nas respostas de uma das professoras, foi apresentado que “O formato das atividades de forma colaborativa ajuda os participantes a trocar experiências e buscar ajuda no grupo, o que tem grande importância na prática docente, uma vez que esses profissionais estão em constante formação.” (LILA). Em diálogo com o ponto de vista da professora, Oliveira e Passos (2017, p. 195) apontam que “[...] no processo de discussões em grupos, os professores podem ressignificar os conhecimentos que adquiriram ao longo da formação.” (OLIVEIRA; PASSOS, 2017, p. 195). Partindo do pressuposto de perspectiva colaborativa, o GEPESAD tem como proposta a realização de atividades de caráter formativo por intermédio de leituras compartilhadas e discussões em conjunto. Nesse contexto, os conhecimentos e saberes da prática que são trazidos pelos professores são ampliados, e/ou estes são oportunizados a enxergar esses mesmos saberes com suporte em outros ângulos, mobilizando a ressignificação do conhecimento.
Tendo em vista, a ideia de trabalhar colaborativamente no grupo de estudos supracitado, uma das professoras apontou que “Nos formamos educadores, continuamente no exercício da prática. E os momentos vivenciados no grupo nos proporcionam tal aprendizagem, uma prática fundamentada. (CLARA). Ah sim dar ênfase a contribuição das leituras e as teorias trazidas dentro desses textos, a qual concorda que a formação é contínua e inconclusa. Um aspecto de relevância foi que entre os integrantes do GEPESAD, “[...] há uma relação de muito respeito, diálogo e sobretudo autonomia, somos coordenados por um professor que nos auxilia e orienta, mas que não limita nossa ação, pelo contrário está sempre nos instigando a sermos autônomos, a buscar pelo conhecimento. [...]” (ANDRESSA). É fato, que por traz de um projeto, ou de um grupo de estudos, existe o coordenador, mas nesse grupo, o mesmo não de modo a liderar alguém ou a todos que o integram, mas age tão modo a dividir a liderança com todos ao enfatizar a importância em ser autônomo nas decisões, sugestões do e para o grupo.
Deste modo, em um estudo de Gama e Fiorentini (2009, p. 444) apontam que é importante [...] favorecer o desenvolvimento profissional, oportunidades para que os professores explorem e questionem suas (e dos outros) ideologias, suas interpretações e suas práticas. [...]”. Nesse sentido, os professores conseguem e aprendem a se desafiar e a desafiar suas próprias convicções, além disso, notam questões que são imprescindíveis a sua prática docente. Assumir o trabalho colaborativo desempenhado no GEPESAD propõe evidenciar uma postura de protagonismo sobre a constituição do conhecimento, o que irá repercutir na sua prática pedagógica. O grupo propõe um espaço de autoavaliação e reflexão.
4 Consideraçõesfinais
O estudo realizado em torno da perspectiva colaborativa evidenciada no Grupo de Estudos de Pesquisa, em Educação Saberes e Aprendizagem da Docência (GEPESAD), pautou-se em analisar as contribuições que esta possui à prática de professores em magistério, e, que participam do grupo de estudos supracitado, respectivamente. Foi posto em evidência pelas professoras que foram sujeitos da pesquisa, que trabalhar colaborativamente é imprescindível a prática educativa, já que a formação é contínua e está em constante processo de mudança, sempre em situação de aprendizagem, tendo em vista, aspectos sociais e culturais.
Nesse contexto, o GEPESAD, persiste na ideia da construção dos saberes a partir de discussões e elaboração de leituras coletivamente, a partir do respeito mútuo e liderança compartilhada. Segundo as professoras, isso repercute positivamente e consideravelmente na sua prática enquanto docente. O que não é limitado somente a sala de aula, mas que se estende a todos os espaços independentemente da sua singularidade.
É engrandecedor ao fazer docente a sistemática de estudos que é utilizada no grupo de estudos em pauta, pois mobiliza saberes diversos, e de experiências diferentes, sendo possível ter um panorama claro do que é trabalho colaborativo, quando os membros se integram entre si, em função de um objetivo em comum, que é a construção do conhecimento.
Resumo
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2 Metodologia
3 Resultados eDiscussões
4 Consideraçõesfinais